Sandra Ruiz é uma das vítimas do egocentrismo de Suzane, que sempre manipulou as pessoas de acordo com suas necessidades dentro da prisão
Ano que vem, a Justiça voltará a discutir a possibilidade de mudar para regime aberto as condições carcerárias de Suzane von Richthofen, presa em 2002 pelo planejamento e assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen.
Condenada a 39 anos de prisão, ela conquistou o direito ao regime semiaberto em 2014 por acrescentar boa conduta carcerária. O bom comportamento de Suzane na prisão já arrancou até elogios do promotor responsável pelo acompanhamento de sua pena, Paulo José da Palma, que disse que a jovem “foi elogiada em todas as prisões por que passou”.
Porém, essa opinião não é unânime. Segundo a revista Veja, pessoas que conviveram com ela nas celas e até mesmo à frente do caso, relataram que Suzane é manipuladora e muda o tom de voz de acordo com os seus interesses.Ela inclusive passou por um teste psicológico que concluiu que ela é dotada de “egocentrismo elevado” e “agressividade camuflada".
A conclusão é semelhante ao que diz, por exemplo, com o que diz um agente penitenciário que trabalha há dez anos em Tremembé, onde Suzane cumpre pena. “Fala com as detentas de um jeito e faz voz de menininha quando está na frente de um carcereiro ou de alguém de quem ela quer alguma coisa", relatou.
Suzane e Sandra, em entrevista à TV Record, quando estavam
presas juntas, em Tremembé(Foto: Reprodução / Internet)
Em 2014, Suzane assumiu um relacionamento amoroso com uma mulher, Sandra Ruiz, comhecida como Sandrão, famosa por sua força física e disposição de violar as regras da prisão. Ela também concluiu que Suzane aproveitou a oportunidade para ser protegida e respeitada na cadeia.“A Su é um enigma. Nunca se sabe o que está sentindo de verdade”, disse Sandrão. “Digo só que ela desgraçou a minha vida", desabafou.
Em 2009,o promotor Eliseu José Gonçalves, da Vara do Júri e de Execuções Penais de Ribeirão Preto, foi maus uma vítima de Suzane. Ela relatou a uma juíza que ele havia mandado buscá-la duas vezes para tratar de assuntos penitenciários e que em uma das situações, ele a cumprimentou com beijos no rosto.
A denúncia de assédio foi parar na Corregedoria. Gonçalves, que acabou punido com suspensão de 22 dias, garantiu que foi a jovem quem se insinuou para ele. “Prefiro ouvir falar do diabo mas não quero ouvir o nome dessa moça”, afirmou.
O promotor Luiz Marcelo Negrini, que cuidava da execução da pena de Suzane quando ela estava no regime fechado, diz que a “capacidade de manipulação” é um traço marcante da detenta. “Isso fica evidente nas relações pessoais que cria. Uma hora ela é homossexual, outra hora assume o papel de hétero. E assim vai se envolvendo com as pessoas e descartando-as, de acordo com o que lhe convém", concluiu.
Sua pena termina em abril de 2040. Caso a justiça conceda a mudança para regime aberto, Suzane planeja casamento, filhos e trabalho. Ela já declarou que pretende levar uma vida anônima.
Fonte: Notícia ao Minuto