Por J. Taketomi
Para o presidente do Centro da Indústria do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco, a sociedade brasileira não confia em nada do que promete o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que, no seu entender, realiza uma das piores gestões à frente do Palácio do Planalto dos últimos tempos. “É um governo cheio de equívocos, que não teve coragem de reduzir a máquina pública e transfere todo o ônus da atual crise econômica para o povo”.
Em vídeo/entrevista ao Portal do Zacarias, além de manifestar sua completa descrença em relação à Dilma, o líder empresarial também fala da crise que assola o Polo Industrial de Manaus e que não deve diminuir neste segundo semestre do ano, por conta da conturbada conjuntura nacional “que já produziu 500 mil desempregados no País e 20 mil em Manaus. Por isso, a sociedade não confia no governo”.
Ele não alimenta ilusões acerca dos propalados fundos de compensação criados pelo governo, via Medida Provisória, para aplacar as perdas dos Estados com a reforma do ICMS em curso no Congresso Nacional. Segundo o presidente do CIEAM, os fundos não deverão ser suficientes para compensar as perdas estaduais. “O ideal seria um pacto federativo para amparar tudo isso”, observa Périco, concordando plenamente com o governador José Melo e o titular da Sefaz, Afonso Lobo, que não acreditam nos fundos.
Na entrevista, Périco também manifesta suas impressões sobre o fim da greve dos servidores da Suframa, que resultou em prejuízo da ordem de R$ 450 milhões, e lamenta a insensibilidade do governo Dilma no tocante à luta dos 530 servidores da autarquia por reestruturação salarial. A transformação da Suframa em uma Agência Executiva também é analisada pelo empresário, para quem o assunto deve ser mais debatido, assim como o polêmico gerenciamento do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) pelo Inmetro.
Quanto as perspectivas a respeito do modelo Zona Franca de Manaus, Périco diz ser importante que a classe política do Estado e os empresários se mantenham vigilantes à sempre indigesta “guerra fiscal” e a outras ameaças ao modelo como a criação de novas Zonas Francas no País e de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). “A ZFM é um modelo que deu certo e tanto é que outros estados querem criar suas zonas francas também. A nossa ZFM é tratada com descaso pelo governo, infelizmente, mas manda anualmente 9 bilhões de reais para o Tesouro Nacional”, desabafa Périco.
Ao mesmo tempo, ele elogia o governador José Melo pela busca de alternativas econômicas para desenvolver o Amazonas, como forma de tirar o Estado da histórica dependência da ZFM. “Não podemos permanecer reféns de Brasília”, alerta, destacando que Melo acerta ao lutar, apesar da crise, para que a economia estadual caminhe com suas próprias pernas.
Confira o vídeo da entrevista:
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