19 de Abril de 2024 - Ano 10
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23/08/2014

Desmatamento na Amazônia: repique do ano passado deve se manter em 2014

Foto: Reprodução

De acordo com o Imazon, alertas de desmatamento na região este ano indicam que a área desmatada deve ficar próxima de 7 mil km².

Acaba de fechar o ano-calendário do desmatamento na Amazônia, que vai de agosto de 2013 a julho de 2014. O resultado é ruim. As análises do Imazon, baseadas no seu Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), apontam que o repique dos 12 meses anteriores – um aumento de 28% da área desmatada medido pelo PRODES – provavelmente não cedeu este ano. Em especial, nos meses da estação seca deste ano os alertas dispararam.

 

O sistema doImazon, o SAD, usa um satélite de menor resolução do que o Landsat, usado pelo INPE para produzir os números do PRODES, cujo resultado é considerado a estimativa anual mais precisa sobre a perda de florestas na Amazônia. As imagens usadas pelo Imazon vem do sensor MODIS e não detectam áreas desmatadas com menos de 12,5 hectares, desmatamentos miúdos, mas que somam uma área grande. Assim, os números dos alertas do Imazon costumam captar apenas uma fração do desmatamento total.

 

 

No ano passado, o Imazon apontou para um desmatamento total de 2.007 km², enquanto os números preliminares do PRODES totalizaram uma área de 5.843 km². Este ano, a área de desmate detectada pelo Imazon é de 2.044 km², um valor 2% maior. A correspondência entre o SAD, do Imazon, e o PRODES, do INPE, não é de um para um. Isso quer dizer que um aumento de 1% na área desmatada detectada pelo SAD não significa que o número do PRODES também virá 1% maior. Mas de acordo com Carlos Souza, pesquisador do Imazon que coordena o boletim SAD, as análises do instituto indicam que a área total desmatada que o PRODES apresentará este ano deverá ser da ordem de grandeza de 7.000 km², semelhante a área que o Imazon previu também no ano passado.

 

Embora o total medido pelo PRODES em 2013 tenha sido de 5.843 km² (abaixo dos 7.000 km² previstos pelo Imazon), Souza lembra que este total é baseado em dados preliminares, em geral subestimados. O número consolidado do PRODES para o ano passado ainda não saiu, e costuma ser maior do que o preliminar. Portanto, poderá ficar mais próximo da estimativa do Imazon.

 

Se a análise se confirmar, este é um resultado muito negativo. Depois de 4 anos de queda, em 2013 o desmatamento na Amazônia subiu quase um terço (28%). Ao que parece, nada mudou em 2014. Pior, comparado com o mesmo período do ano passado (veja figura abaixo), os números do Imazon apontam uma disparada do desmate nos últimos três meses, maio, junho e julho, comparados com os mesmos meses do ano passado. Trata-se da temporada de seca, época em que o problema costuma se agravar. Mas a comparação é relevante, pois é feita sobre o mesmo período anterior.

 

"Os números do Imazon não podem ser desqualificados por se tratarem de alertas baseados em imagens menos precisas", diz Souza. "São bons indicadores de tendência e devem ser levados a sério para tentar reagir rápido ao aumento e freá-lo".

 

Queda da área degradada

 

Dentro do quadro, a boa nova é a queda da área degradada de floresta. O número principal do Imazon, de 2.044 km², se refere ao corte raso, mas os números da degradação caíram 54%, de 1.555 para 711 km2.

Estados

 

O campeão de alertas de desmatamento nos últimos 12 meses foi o estado do Pará, com 42% do total, seguido de Mato Grosso (20%) e Amazonas (15%).

 

 

Os estados que tiveram o maior aumento relativo ao período de 12 meses anterior foram Acre, com um aumento de 781%, e Roraima, com aumento de 241%. Houve queda relativa no Mato Grosso, de 34%, e Tocantins, de 6%.


Os municípios campeões de julho

 

 

Os últimos números do Imazon são do boletim do SAD de julho de 2014, publicado hoje. Julho é o mês que fecha os 12 meses iniciados em agosto do calendário de medição do desmatamento. Segundo Souza, além de um aumento dos alertas, que indicam uma área desmatada 134% maior do que julho de 2013, chama a atenção o crescimento dos números, no Acre, de dois municípios, Cruzeiro do Sul e Taraocá. No estado do Amazonas, o pesquisador destacou o aumento do desmatamento em Lábrea e Boca do Acre.

 

Fonte: O Eco.com.br

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