19 de Abril de 2024 - Ano 10
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28/07/2014

Apesar de novas medidas para aquecer economia, analistas continuam a reduzir previsão do PIB

Foto: Dado Galdieri / Bloomberg

Agora, expectativa é de alta de 0,9%, frente a projeção de 0,97% da semana passada, segundo boletim Focus

A série de medidas anunciadas na semana passada pelo Banco Central para estimular o crédito e aquecer a economia ainda não surtiu efeito no humor dos analistas do mercado. Pela nona vez consecutiva, os economistas ouvidos pela pesquisa Focus, realizada pelo BC, reduziram a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), desta vez para apenas 0,9%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. Na edição anterior do relatório, a expectativa era de 0,97%.

 

Apesar do pessimismo com a atividade econômica, a previsão para a produção industrial, que vinha sendo cortada nas últimas quatro semanas, parou de cair. Os economistas continuam esperando que o setor feche o ano em contração de 1,15%, mesma projeção da semana passada.

 

A previsão de alta do PIB em 2014 continuou em 1,5%, mesmo número indicado nas últimas quatro semanas. Para o ano que vem, a expectativa do mercado é que a indústria cresça 1,7%, mesma taxa indicada na semana passada.

 

Os dados foram apurados no mesmo dia em que o BC anunciou uma série de ações para estimular o crédito, inclusive a liberação de parte dos depósitos compulsórios, permitindo que o dinheiro, normalmente destinado a uma conta do BC, possa ser movimentado pelas instituições financeiras, o que deve injetar até R$ 45 bilhões no sistema financeiro.

 

Apesar da divulgação semanal, os dados para o boletim Focus são coletados diariamente. Pelo sistema do BC, os cerca de 100 analistas que participam da pesquisa podem alterar diariamente suas projeções, de acordo com os sinais do mercado. Na quinta-feira passada, véspera do anúncio, a mediana das projeções para o PIB estava em 0,93%. Na sexta, após o anúncio no início da manhã, os economistas tinham até as 17h para revisar suas projeções para cima. No entanto, foram na direção oposta, levando a mediana aos 0,9% divulgados nesta segunda-feira.

 

Em relação à inflação, que tem demonstrado tendência de queda, puxada pelo alívio no preço dos alimentos, a mediana das projeções recuou pela segunda vez consecutiva. Agora, a expectativa é de que o IPCA, índice que mede a inflação oficial no país, feche o ano em 6,41%, contra previsão anterior de 6,44%. O número, no entanto, ainda é próximo do teto da meta do governo, de 6,5%.


 

PIB fraco - Preocupação com crescimento

 

 

Neste mês, o Banco Central divulgou que a atividade econômica encolheu 0,18% em maio. Foi o pior resultado do IBC-Br, conhecido informalmente como o “PIB do BC”, desde dezembro do ano passado. O resultado fortaleceu as expectativas de que o PIB do segundo trimestre venha fraco.

 

A estimativa é apenas um dos dados que indicam que o Brasil pode crescer menos neste ano, o que tem preocupado o mercado e o governo. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI), cortou a previsão de crescimento do Brasil (assim como fez em relação à atividade econômica mundial) para apenas 1,3%. Antes, o próprio governo havia admitido que o PIB deve crescer 1,8%, contra projeção anterior de 2,5% para este ano.

 

Para analistas, o Banco Central emitiu sinais contraditórios ao mercado na semana passada. Primeiramente, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), descartou um novo corte na taxa básica de juros, a Selic. No dia seguinte, no entanto, anunciou uma série de medidas, inclusive a liberação de parte dos depósitos compulsórios, que normalmente “congelam” o dinheiro dos bancos, em uma manobra para estimular o crédito.

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