25 de Abril de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
Internacional
17/12/2014

Brasil assume presidência do Mercosul prometendo 'agitar'

Foto: BBC Mundo / Copyright

Preparativos para reunião do Mercosul que começa nesta quarta-feira

O Brasil vai assumir a presidência do Mercosul prometendo "agitar" o bloco econômico, porém em meio a preocupações com a lentidão nas relações comerciais regionais e com o futuro das principais economias do grupo.

 

Os presidentes dos países do bloco se reúnem pela 47ª vez nesta quarta-feira na cidade argentina de Paraná, a cerca de 500 quilômetros de Buenos Aires.

 

"Estamos todos atentos ao que ocorrerá no Brasil. O país está crescendo menos e por isso preocupa. Mas temos uma enorme expectativa em relação às medidas da nova equipe econômica brasileira", disse o economista argentino Miguel Angel Broda, em entrevista ao canal de TV 26, de Buenos Aires.

 

A expectativa entre os definidos como "ortodoxos" é que o novo ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, conduza o país para uma maior abertura da economia e leve o Mercosul a se aproximar da Aliança do Pacífico – união de livre comércio que reúne Chile, Colômbia, Peru e México.

 

"Se Levy arrumar a economia brasileira, e ela voltar a crescer, favorecerá também a Argentina", disse Broda.

Para ele e para os economistas Orlando Ferreres e Marcelo Elizondo, ouvidos pela BBC Brasil, o comportamento da economia e da politica brasileira influenciam toda a região.
publicidade

"O Brasil é a maior economia regional e uma das maiores do planeta e é claro que tudo que nele acontece afeta os demais países", disse Elizondo.

Para Ferreres, "não há dúvidas de que o menor crescimento econômico do Brasil e o menor crescimento da Argentina afetam o Mercosul como um todo".

 

'Agito'


Na tentativa de reativar a relação bilateral e o bloco, serão anunciados nesta reunião algumas medidas – como uma "cadeia produtiva" para a produção de brinquedos com selo do Mercosul. É uma forma, admitiram negociadores, de tentar "combater a concorrência chinesa" neste e em outros setores industriais.


Foto de arquivo: autoridades do Mercosul vão se encontrar nesta quarta-feira e Brasil assume

presidência do grupo Foto: Jose Manuel de la Maza / Reuters

 

Nesse encontro devem ser feitos ainda outros anúncios, como o início de um processo de possível acordo comercial do Mercosul com o Líbano e a Tunísia e a placa comum de automóveis do Mercosul – uma forma de aumentar o controle contra carros roubados, segundo negociadores. No caso do Brasil, a medida entra em vigor para carros novos a partir de 2016.

 

"Queremos agitar o Mercosul durante a presidência do Brasil. Levar o Mercosul para a rua", disse um assessor do governo Dilma.

 

Esta reunião será a última presidida pela presidente Cristina Kirchner, que em dezembro próximo passará a faixa ao sucessor.

 

O encontro também conta com a Bolívia. O país presidido por Evo Morales – primeiro a chegar à cidade – ainda aguarda a aprovação dos Congressos do Brasil e do Paraguai para se incorporar ao bloco.

 

A ocasião será ainda o início da despedida do presidente uruguaio José Mujica. Em março ele passa a faixa para Tabaré Vázquez, que é mais favorável que Mujica ao Mercosul.

 

Vázquez defende que o bloco "se abra comercialmente e mais rapidamente" ao mundo, como deixou claro durante sua primeira gestão presidencial, quando ameaçou um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.

 

A Aliança do Pacífico tem mostrado, segundo críticos do Mercosul, resultados econômicos "mais satisfatórios" que o bloco do Cone Sul.


Motor falho


O comércio entre Brasil e Argentina caiu cerca de 27% este ano, na comparação com os 11 meses do ano passado.

 

Policiais controlam acesso à rua em Paraná, cidade a 500 quilômetros de Buenos Aires que sedia o encontro do Mercosul.

 

Os dois países são os principais motores econômicos do Mercosul - que reúne ainda Paraguai e Uruguai, economias menores, e a Venezuela, afetada pela queda no preço do petróleo e desafios políticos internos.

 

"O volume interno do comércio do Mercosul caiu este ano mais de 20%. Nós sabemos que é resultado do menor crescimento", reconheceu um assessor do governo brasileiro, que não quis ser identificado.

 

 

Outro auxiliar do governo da presidente Dilma Rousseff atribuiu a retração às barreiras comerciais impostas pela Argentina, que afetam principalmente os produtos industriais brasileiros destinados ao mercado vizinho.

 

O setor automotivo responde por mais de 50% do comércio bilateral, segundo assessores brasileiros que acompanham o assunto.

 

Além do menor ritmo da economia brasileira, o escândalo que envolve a Petrobras também passou a ser assunto entre investidores e analistas.

 

Na segunda-feira, as ações da companhia brasileira registraram queda de quase 15% na Bolsa de Buenos Aires, segundo jornais econômicos argentinos.


Fonte: BBC Brasi

LEIA MAIS
DEIXE SEU COMENTÁRIO

Nome:

Mensagem:

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

Acompanhe o Portal do Zacarias nas redes sociais

Copyright © 2013 - 2024. Portal do Zacarias - Todos os direitos reservados.