19 de Abril de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
24/07/2014

Chico Preto alerta sobre alternativas ao Modelo ZFM e propõe pacto pela segurança

Foto: Marcos Gomes / Portal do Zacarias

Chico Preto: “Não dá mais para o Amazonas do século 21 pensar em infraestrutura e não pensar em Internet"

Em entrevista à TV Bandeirantes, o candidato ao governo estadual pelo PMN pregou a renovação, falou sobre alternativas ao modelo ZFM e expôs suas ideias sobre saúde, educação e infraestrutura.

 

Por J Taketomi, editor de Política do PORTAL DO ZACARIAS 

 

Band - Candidato, a PEC da Zona Franca de Manaus foi aprovada definitivamente no Senado Federal. O senhor também defende a criação de alternativas econômicas ao modelo Zona Franca. Que alternativas são essas e como o senhor pretende fomentar isso?

 

Chico Preto - Nos próximos cinquenta anos do Polo Industrial de Manaus, da Zona Franca de Manaus será preciso ousadia e projetos que permitam que o amazonense não fique como nós ficamos nos últimos meses procurando fatos. E se a Zona Franca acabar? Que modelos nós temos instalados aqui? Então, eu digo que o turismo é e deve ser uma ferramenta de geração de emprego e de renda para o nosso povo. Agora, na Copa do Mundo, o manauense mostrou que é capaz de receber grandes eventos. Então, o Governo do Amazonas precisa fazer gestão para que o Amazonas entre, por Manaus, na rota definitiva dos grandes eventos culturais, artísticos, esportivos. Na minha cabeça, Manaus pode receber um evento de grande porte todos os meses a fim de que nós possamos gerar emprego e renda nas atividades de restaurantes, de comércio, de serviços, de um modo geral. Uma outra atividade que penso eu ser necessária que nós invistamos de forma maciça em setor primário, nós precisamos produzir aqui aquilo que nós consumimos. E nós precisamos ampliar e melhorar a qualidade da produção daquilo que já é cultura nossa. Vou dar um exemplo, o açai. Nós precisamos beneficiar o açai do Amazonas e criar em torno deste produto um selo de classe mundial que possa representar o Amazonas no Brasil e mundo afora para que haja vontade de consumir não só o açai, mas o açai do Amazonas, pra que o abacaxi do Novo Remanso seja consumido também com esse padrão. Olha, a gente quer o abacaxi do Novo Remanso do Amazonas, pra isso, pra investimento em setor primário agregando valor no local onde o produto é produzido, fazendo com que seja produzido por exemplo como no Novo Remanso, o abacaxi já é produzido lá, vamos produzir a compota, vamos produzir a polpa; o açai de Codajás, vamos produzir a polpa, vamos produzir o suco do açaí, mas vamos produzir nos municípios para gerar emprego e renda no interior. É fundamental, que nós possamos aumentar o nível de investimento no setor primário. Hoje o Amazonas investe menos de 1% de todo o seu orçamento em setor primário. Então isso não faz que o setor primário possa ser verdadeiramente uma alternativa econômica, principalmente para o interior. Mas ainda pensando na Zona Franca, e nos próximos cinquenta anos que nós queremos, ela precisa ter um diferencial. Na nossa cabeça, na nossa proposta de governo, nós precisamos ter a ousadia de instalar na Zona Franca de Manaus a primeira Universidade do Software da Amazônia porque nós já produzimos tablets, celulares, Blu-Ray, produzimos motos, mas nós ainda não produzimos a inteligência que está posta nestes produtos, ou seja, os programas. Pernambuco está produzindo programas, Minas está produzindo programas, esse novo advento de cinquenta anos ele precisa de ousadia para
produzir software na Zona Franca de Manaus, no Polo Industrial. Precisa de ousadia para destravar de uma vez essa questão do Centro de Biotecnologia da Amazônia. Aquele grande laboratório precisa produzir fórmulas e patentes para que indústrias como a Natura, O Boticário, Água de Cheiro queiram vir para o Amazonas, para o Polo Industrial produzir cosméticos, outras indústrias farmacêuticas queiram produzir remédios. É desta maneira que a atração de novos investimentos e que o emprego e a renda vão se fortalecer no Amazonas.

 

Band - E na área de infraestrutura candidato? O senhor tem projetos de recuperação de estradas, construção de novas rodovias já que fomentar o setor primário também depende desse tipo de investimento?

 

Chico - Passa por aumentar os recursos do setor primário. Com menos de 1% do recurso do Estado investido no setor primário não dá pra investir em manutenção nas vicinais, as vicinais hoje são gargalos para a produção do Estado do Amazonas. Aqui próximo, em Rio Preto da Eva, eu tenho relatos recentes de produtores que não conseguem escoar a sua produção, tirar a sua produção de dentro do terreno porque a vicinal não dá condições, e para isso é preciso ter garantia de um piso mínimo para o setor primário. É fundamental essa questão da infraestrutura, mas é fundamental também que dentro desta lógica de infraestrutura, o governo do Amazonas possa, em parceria com a Prefeitura de Manaus, resolver essa questão da mobilidade urbana em Manaus, mas pra isso não nos afastarmos da ideia e da obra do anel viário. O tráfego pesado de caminhões, carretas, que originalmente saem do Distrito para o Porto, do Distrito para o Aeroporto, precisa ter uma outra via de deslocamento pra que não passe mais pelo centro da cidade e não traga mais um constrangimento que nós vivemos hoje. O governo do Amazonas precisa pensar em investir nessas obras e obras de infraestrutura logística - portos, aeroportos e internet. Não dá mais para o Amazonas do século 21 pensar em infraestrutura e não pensar em internet, a internet é que aproxima educação, a internet é que leva saúde pelo Telessaúde, a internet é que leva pagamentos para o comércio, a internet é que permite às prefeituras prestar conta, a internet é uma infraestrutura fundamental para o Amazonas e nós queremos em pelo menos mais quatro anos levar internet para o interior do estado, pelo menos para os vinte maiores municípios do Amazonas, onde 70% da população está concentrada.

 

Band - Na área da saúde, o senhor tem criticado o elevado nível de terceirização dos serviços de saúde na capital e interior. Como o senhor pretende resolver essa questão ? O senhor quebraria esses contratos? O que o senhor faria?

 

Chico - No interior o que nós gostaríamos verdadeiramente de fazer é que as coisas funcionem. Nós não temos nenhum projeto mirabolante, nós vamos fazer que a saúde funcione, para isso, os 2 bilhões e 400 milhões, repito, 2 bi e 400 milhões que serão gastos esse ano em saúde precisam fazer que no interior do Estado o profissional de radiologia, o cara que faz raio-x, a pessoa que faz o exame de mamografia, a pessoa que faz o exame de ultrassom, estes profissionais estejam alí trabalhando porque são com esses profissionais que o médico consegue dizer qual é a cura da doença dos pacientes que procuram, então com esses 2 bi e 400 nós precisamos garantir a permanência desses profissionais, isto na capital, isto no interior. Na capital nós percebemos, sim, um alto nível de terceirização. E para que todos entendem que é a terceirização, eu vou dar aqui um exemplo, imagina que o cidadão tenha na casa dele uma máquina de lavar e uma máquina de secar e ele pode usar aquelas máquinas de lavar para lavar as roupas dele, mas ele precisa comprar sabão, só que ele toma a decisão de mandar lavar toda a sua roupa na lavanderia, no final do mês ele vai pagar a conta. O que é mais barato? Mandar a roupa toda para a lavanderia ou comprar o sabão e usar a máquina de lavar e a máquina de secar que eu já tenho dentro de casa? O que tá acontecendo hoje na saúde é que existem hoje unidades de saúde onde você tem um profissional concursado que precisamos resgatar a auto estima e as dignidades destas carreiras médicas e de técnicos e nós temos os equipamentos que estão escangalhados e que não são consertados, mas dentro daquela unidade de saúde você tem uma empresa que está fazendo o mesmo serviço que aquele profissional e aquele equipamento poderiam fazer, só que aí nós gastamos mais, quando você gasta mais, por não pôr o seu maquinário, o seu profissional para operar, para fazer o atendimento de saúde, a gente gasta mal e deixa de fazer mais pela saúde do Amazonas. Então, discutir isso de forma altiva, verdadeira e compromissada será um dos objetivos nossos da saúde pra que a saúde volte a responder de forma correta as expectativas do povo amazonense.

 

“O Amazonas é como casa de ferreiro, espeto de pau, os amazonenses têm a floresta, mas

olha como eles tratam o seu resíduo sólido, o seu lixo urbano, seus lixões. É preciso compromisso

e ousadia para construir com as prefeituras, o Governo do Amazonas e o Governo

Federal, uma solução integrada de manuseio dos resíduos sólidos”

 

Band - Outro problema enfrentado aqui no Amazonas é a dificuldade dos municípios do interior em se adequar à Política Nacional dos Resíduos Sólidos cujo prazo estipulado pelo Governo Federal termina agora em agosto. Uma das principais metas é a substituição dos lixões por aterros
sanitários. Caso eleito, como o senhor pretende agir neste setor?

 

Chico - A pergunta é extremamente oportuna, o Amazonas é lembrado Brasil e mundo afora por ser a capital do meio ambiente, o Estado com o maior nível de preservação da floresta e de patrimônio ambiental no mundo. Eu tenho medo que se nós não tomarmos uma providência nessa questão, daqui a pouco façam piada do Amazonas dizendo que no Amazonas é como casa de ferreiro, espeto de pau, os amazonenses têm a floresta, mas olha como eles tratam o seu resíduo sólido, o seu lixo urbano, seus lixões. É preciso compromisso e ousadia para construir com as prefeituras, o governo do Amazonas e o governo federal, uma solução integrada de manuseio dos resíduos sólidos. Eu tenho a convicção de que investindo recurso do orçamento público, o recurso do orçamento da prefeitura, com a ajuda do Governo Federal, nós conseguiremos adequar essas situações e dotar os municípios amazonenses ao final de quatro anos de aterros pelo menos controlados, porque existe uma diferença entre aterro controlado e aterro sanitário, nós precisamos ter o objetivo, a meta de dotar os 61 municípios do interior a pelo menos com o aterro controlado. Isso por várias razões, até econômica, as notícias dos últimos anos dão conta de que a falta de uma política pública, a falta de uma decisão pública do governante de enfrentar essa questão, fez que municípios como Parintins e Carauari ficassem por meses sem receber pouso de aeronaves. E quando você deixa de receber pouso de aeronaves, você prejudica o comércio, a economia, o serviço social, tudo naquele município. Então, a questão dos lixões precisa ser enfrentada com decisão política, com ousadia de dotar o Amazonas e seus 61 municípios nos próximos quatro anos de aterros controlados.

 

Band - O Amazonas também é um dos estados com o maior déficit habitacional, ultrapassando 140 mil unidades. Na Superintendência de Habitação do Estado, são 25 mil famílias à espera de uma casa. Quais as suas propostas para resolver o problema de habitação do Estado?

 

Chico - Trabalhar em articulaçao com o Governo Federal, com a construção de unidades habitacionais quer seja no programa 'Minha Casa, Minha Vida', ou então num outro programa com um outro nome dependendo do resultado das eleições para presidente. Em articulação com o Governo Federal, e atender essas famílias, e veja, o público precisa ser atendido para que nós possamos combinar duas soluções ao mesmo tempo. Há uma quantidade muito grande tanto na capital quanto no interior de áreas de risco, de encostas, nós precisamos priorizar estas soluções, estas famílias para que nós possamos resolver dois problemas com uma solução. Porque as áreas de encosta na cidade de Manaus ainda são um problema que recai sobre a costa da Prefeitura de Manaus, que não tem o mesmo poder de construção que tem o Governo do Estado, então nós vamos continuar, de maneira firme, a política habitacional alcançando as famílias que verdadeiramente precisam de residência, precisam financiar ou precisam ganhar a sua casa.

 

Band - Por conta da Copa do Mundo, recentemente, a segurança pública do Amazonas recebeu grandes investimentos. Como o senhor pretende continuar investindo em segurança pública?

 

Chico – Eu, enquanto deputado, levantei a minha voz na Assembleia e defendi com unhas e dentes e com todo o meu espírito a implentação do Ronda no Bairro, o Ronda no Bairro é uma boa ideia. Porém nos últimos anos em Manaus, como a gente costuma ver, o programa começou a 'imbiocar', começou a perder resultado e na minha opinião, isso é por falta de gestão. Se as pessoas ligarem agora para algum telefone do Ronda no Bairro, muitos vão estar desligados ou não vão ter resposta, isso é gestão. A Polícia Militar sabe disso, a Polícia Civil sabe disso, os bombeiros sabem disso. Então, o que nós precisamos é reconhecer primeiro que o povo do Amazonas está fazendo um esforço muito grande com impostos para pagar o policial militar, pra pagar o policial civil, pra pagar o bombeiro com bons salários. Quero construir com o Ministério Público, com a justiça do Amazonas, um pacto pela segurança pública, porque eu também como cidadão vejo que a polícia prende e daqui a pouco o bandido tá solto. Nós vamos construir um pacto com o Ministério Público e com a Justiça. Pra polícia poder fazer o seu papel, continuaremos investindo de maneira firme e intensa em segurança pública, mas a polícia terá um governador verdadeiramente preocupado que o 'filho cresça e apareça', porque como diz o dito popular, pai não é quem cria o Ronda no Bairro. Pai é quem tem coragem pra criar o Ronda no Bairro e fazer o Ronda no Bairro crescer e entregar os seus resultados à população. E é isso o que nós pretendemos fazer à frente do governo do Estado.

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