29 de Marco de 2024 - Ano 10
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Mulher
11/04/2014

Cientistas desenvolvem vaginas funcionais em laboratório

Foto: Shutterstock

Tratamento inovador permite que mulheres que nasceram com síndrome rara tenham uma vida normal

Você já deve ter visto diversas matérias a respeito de estudos para o desenvolvimento de órgãos em laboratório. Pois agora, além de vasos sanguíneos, traqueias, orelhas biônicas, fígados e até corações, outra estrutura humana que entrou para essa lista é a vagina.

 

De acordo com o The Verge, um estudo publicado esta semana revelou que quatro mulheres receberam vaginas criadas em laboratório entre os anos de 2005 e 2008 e, de acordo com seus médicos, todas passam bem. As pacientes — com idades entre 13 e 18 anos — nasceram com uma rara condição genética chamada Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, que afeta uma em cada 4.500 meninas.

 

A MRKH faz com que as meninas nasçam com vaginas pouco desenvolvidas ou com total ausência dessas estruturas. Para remediar o problema, os tratamentos convencionais — que podem ser bem traumáticos — consistem em cirurgias reconstrutivas ou dolorosos procedimentos de expansão, isso sem falar no alto índice de complicação, especialmente em pacientes pediátricos. Daí a preocupação dos médicos em encontrar uma alternativa.

 

Funcionalidade

 

Foto: Reprodução / The Verge

 

As vaginas de laboratório foram desenvolvidas a partir de um pedacinho de tecido — contendo uma combinação de células epiteliais e musculares — do tamanho de um selo postal obtido da região genital das próprias pacientes. Esse material foi, então, expandido e costurado sobre um substrato biodegradável no formato de vagina, moldado de forma que se adaptasse corretamente ao organismo de cada paciente.

 

O próximo passo envolveu criar um canal nas regiões pélvicas das pacientes através de uma cirurgia e, seis semanas depois, as vaginas de laboratório foram implantadas nesse espaço criado pelos médicos, sendo suturadas junto às estruturas reprodutivas presentes nas mulheres.

 


Foto: Reprodução/The Verge

 

Depois de algumas semanas, os pesquisadores observaram que tanto vasos sanguíneos como inervações das pacientes foram gradualmente se expandindo e se incorporando à vagina implantada. Além disso, o organismo das mulheres lentamente foi absorvendo o substrato biodegradável, deixando apenas a estrutura formada pelas células obtidas ao início do tratamento.

 

Segundo os cientistas, exames posteriores mostraram que o tecido implantado não traz qualquer diferença com os tecidos nativos das pacientes. O mais incrível, no entanto, é que os órgãos de laboratório são funcionais. Explicando: quando uma menina nasce com MRKH, isso não significa apenas que ela nasce sem vagina ou com uma pouco desenvolvida. Quem sofre com essa síndrome, além de não poder menstruar, tem a vida sexual bastante comprometida.

 

Os cientistas revelaram que as mulheres que receberam as vaginas desenvolvidas em laboratório conseguem sentir desejo sexual, ter relações sexuais sem sentir dor e até chegar ao orgasmo.


Fonte: The Verge New Scientist The Wake Forest School of Medicine 

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