Juiz Jânio Tutomu Takeda é acusado de atuar em organização criminosa
O subprocurador-geral do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM), Pedro Bezerra Filho, ingressou com uma reclamação contra o juiz titular da Vara de Carauari, Jânio Tutomu Takeda, e demais funcionários da Justiça estadual naquela cidade, acusando-os de formar uma organização criminosa para atuar no município.
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No último dia 5, a presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargadora Maria das Graças Figueiredo, emitiu um despacho em que informa ter recebido do MP-AM informações de “fortes indícios da participação do referido magistrado e de serventuários do TJAM na expedição de alvarás de solturas para traficantes da região mediante pagamento de propina”, cita a desembargadora no documento sobre o caso.
A reclamação está tramitando desde o dia 11 no gabinete dos juízes auxiliares do TJAM. Em despacho assinado pelo subprocurador do MPE-AM, consta a informação que traficantes relataram terem pago entre R$ 20 mil a R$ 30 mil, “que seriam divididos entre ele, o magistrado e funcionários do cartório”, cita o subprocurador-geral.
O subprocurador-geral do MPE-AM, Pedro Bezerra Filho,
denunciou suposta organização criminosa em Carauari
De acordo com o despacho do MPE-AM, também fazem parte do esquema criminoso policiais militares e o delegado civil titular do 65ª Distrito Integrado de Polícia naquela cidade.
Ainda segundo o subprocurador, o MPE-AM teve acesso a dois vídeos em que traficantes narram ao promotor de justiça e ao delegado adjunto como funciona a negociação.
“Pela descrição do depoimento dos vídeos, é de se verificar o possível envolvimento do mencionado magistrado e demais servidores da Vara Única de Carauari em uma máfia na concessão de alvará de soltura a traficantes, mediante pagamento de propina”, cita o subprocurador na reclamação.
Juíz acusado (Fotos: Reprodução / Internet)
Ainda no documento, o subprocurador determina que as mídias de vídeo sejam encaminhadas ao Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime Organizado (Cao-Crimo) para continuar as investigações. A reportagem tentou falar com o magistrado, mas não conseguiu o telefone do juiz.