“Ele me expulsava de casa e tentou me agredir muitas vezes. Eu tinha medo de dormir e pensava que ele poderia me matar a qualquer momento. Foi quando decidi que não queria mais viver dessa maneira”.
O desabafo acima é de uma senhora aposentada, de 80 anos, vítima da violência doméstica. Infelizmente, ela integra os índices de maus-tratos cometidos por membros da família, no caso dela, o neto adolescente de 19 anos.
Bastante religiosa, a idosa disse ter recorrido em orações a Deus, pedindo forças para ter coragem e denunciar o neto. Foi quando resolveu registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia Especializada em Crimes Contra o Idoso (DECCI).
“Após registrar a denúncia minha vida mudou, hoje moro com minha sobrinha e não preciso mais me preocupar com violência, eu participo de atividades físicas no Centro de Convivência do Idoso onde pratico natação e estou muito feliz”, ressaltou a idosa.
No dia em que é comemorado é comemorado o Dia Internacional do Idoso, a DECCI, localizada na rua do Comércio, bairro do Parque 10 de Novembro, na Zona Centro-Sul, realizou uma ação social que teve início às 9h da manhã desta quarta-feira (1º), e finalizou na tarde de hoje. O evento foi voltado aos idosos que já receberam atendimento da Delegacia.
Atendimentos diversificados
A programação contou com palestras sobre como prevenir e cuidar da diabetes e hipertensão que foi ministrada pela enfermeira Vanessa de Paula, 24, que ensinou como prevenir e tratar fatores de risco que atingem o público idoso. “Muitas das vezes os idosos são pré-diabéticos e permanecem ingerindo quantidades excessivas de açúcar e gordura”, explicou.
A ação também ofertou atendimento médico como aferição de pressão arterial, vacina contra a gripe, distribuição de cartilhas contendo informações de como prevenir e denunciar agressões, kits contendo caneta, toalha de rosto e números para denúncias, além de lanches para os idosos que participaram da programação.
Segundo o delegado titular da Delegacia, Luiz Idelfonso, os crimes de agressão ainda são frequentes dentro do ambiente familiar dos idosos. Muitas vezes netos ou filhos, cometem agressões não apenas físicas, mas psicológicas. “Diariamente atendemos entre sete e dez casos de injúria e crimes contra o patrimônio. Mas também realizamos o atendimento social, como aconselhamentos e orientações para a pessoa idosa”, destacou o delegado.
Na avaliação do delegado é satisfatório ver como o idoso considera a polícia amiga. “Já teve casos em que o idoso vem de longe apenas para contar que a família não o deixa ter um relacionamento amoroso com outra pessoa mais nova, aí chamamos a família para conversar com o idoso e a família”, frisou Idelfonso.
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Luiz Idelfonso, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra
o Idoso, coordenou a ação (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
O diretor de Polícia Metropolitana, delegado Emerson Negreiros, destacou a iniciativa. “A Polícia Civil atua no sentido de prestar sempre o melhor serviço a sociedade, sobretudo, com especial atenção às pessoas idosas que merecem nosso total respeito”, enfatizou.
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