25 de Abril de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
17/04/2014

Policial flagrado com 315 kg de cocaína diz que sua prisão é ilegal e que a PF criou “estória” sobre ele

Foto: Divulgação

Karl Marx: "Vou continuar amargando uma prisão manifestamente ilegal, movida pela repercussão dos fatos e pela quantidade de droga apreendida"

O investigador da Polícia Civil do Amazonas, Karl Marx de Araújo Gomes, ex-chefe de polícia do município de Tonantins, a 863 km de Manaus, encaminhou, nesta quarta-feira (16), resposta à matéria intitulada “MPF denuncia ex-chefe de polícia de Tonantins flagrado com 315 quilos de cocaína e armas”, publicada ontem (15) pelo PORTAL DO ZACARIAS.

 

Exclusivo: Chefe de polícia do município de Tonantins é preso com 315 kg de cocaína pela Polícia Federal

 

Exclusivo: Veja aqui o depoimento que o chefe de polícia de Tonantins, preso com 315 kg de cocaína, prestou à PF. "Eu queria ser um herói", diz ele

 

Karl Marx enfatiza que sua prisão é “manifestamente ilegal” e que a Polícia Federal mentiu ao divulgar que foi ela quem o prendeu. “(...) quem me prendeu foi a Polícia Militar e o Batalhão de Trânsito”, afirma.

 

Veja a íntegra do texto:

 

Ilustríssimo Senhor Diretor de Redação do PORTAL DO ZACARIAS de Manaus.


ATT. ANTONIO ZACARIAS

 


KARL MARX DE ARAÚJO GOMES, Investigador de Polícia Civil no Amazonas, vem perante Vossa Senhoria, expor para ao final solicitar o seguinte:


Na data de hoje, foi surpreendido pela matéria veiculada por esse conceituado PORTAL com o título: “MPF/AM denuncia investigador da Polícia Civil flagrado com 315 quilos de cocaína e armas”. É público e notório que o Direito Brasileiro consagra como Mandamento Constitucional que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Até o presente momento, tenho suportado as agruras que me estão sendo impostas pela Justiça, por ainda ter fé nos seus objetivos. Estou preso há mais de cinquenta dias, sem direito a defesa e, afora isto, já me encontro amargando a primeira condenação que é a submissão à Execração Pública. Todos sabem que o exercício da Ampla Defesa se aplica a qualquer Foro, Tribunal, Instância e onde quer que seja estando em curso qualquer forma de acusação. Por isto, a exposição a que fui submetido, em razão da divulgação dessa notícia (acusação), merece reparos sob pena de restar feridos ou malversados os Princípios Fundamentais de Proteção à Dignidade Humana. É forçoso reconhecer que seus acusadores expuseram à Mídia as suas versões para os fatos, mais uma vez sem que fosse dado o direito, mínimo que fosse, à defesa e utilizam dos meios jornalísticos para satisfazerem suas vontades tresloucadas de proverem uma condenação. O título dado à matéria já trás um exacerbado sentido de gravame, quando dá a entender que também estava praticando o contrabando de armas, quando em verdade as armas referidas eram objeto de porte legal e a matéria em todos os momentos enfatiza que houve apreensão de drogas e armas;


Também não é verdadeira a informação de que eu teria tentado sacar da arma no momento de minha prisão, coisa que nenhum louco seria capaz de fazer e somente alguns loucos são capazes de acreditar nisto; Igualmente, não é verdade que minha prisão foi efetuada por um Delegado Federal porque quem me prendeu foi a Polícia Militar e o Batalhão de Trânsito. A PF criou essa fantasiosa “estória” de que eu havia me recusado a descer do carro e assim fiquei até a sua chegada, para justificar sua atuação no caso, pura mentira! Serviu como queriam para ser manchete. Até o momento, me mantive tranquilo, por acreditar pura e simplesmente na Justiça, mas tudo tem um limite e os fatos que estão sendo expostos para me prejudicar merecem resposta. No firme propósito de exercitar o alcance da Ampla Defesa e tendo em vista que os meus algozes levaram a discussão para o debate público, tenho todo o direito de me defender; O que ninguém quer trazer ao conhecimento público é o fato de que antes de deixar a região de fronteiras me dirigi até à Delegacia de Polícia Federal de Tabatinga e contei o que iria fazer a um Delegado Federal. Não seria possível pensar diferente, porque diante de tudo era preciso saber em quem confiar. Nada foi feito a respeito e me permito agora até mesmo a pensar que assim foi preparada a minha prisão. E por que não?


Vou continuar amargando uma prisão manifestamente ilegal, movida pela repercussão dos fatos e pela quantidade de droga apreendida, sendo que ninguém admite isto e a prisão está sendo sustentada pelas seguintes hipóteses: 01) Por trabalhar na fronteira o MPF acha e afirma que irei fugir; 02) O MPF também acha que solto vou atrapalhar as investigações da PF, o que é um absurdo, pois não tenho mínimas condições de ao menos saber o que a PF fez, está fazendo ou irá fazer; 03) Que solto, segundo o MPF, irei buscas outro carregamento de drogas porque o outro preso, para se defender disse isto. Nota-se que né coisa de visionários, sem pé nem cabeça;


Quem pensa assim, deve achar que não tenho família, emprego, esposa e filha e também que conseguiria me manter vivo na condição de fugitivo, depois de tudo. A impressão que se tem é que as leis estão aí e não são para serem cumpridas. Acredito que em volume, este desabafo para conhecimento do público, está de igual tamanho da matéria que me ataca;


Posso admitir haver trabalhado mal mas não posso deixar de assinalar que quem trabalhou pior foi a PF, que mesmo contando com diversas lanchas e diversos carros, não conseguiu abordar um embarcação que de veloz não tem nada e nem uma caminhonete nas mesmas condições. E a pergunta é: Porque a PF não se interessou em prender os verdadeiros traficantes uma vez que vinha trabalhando a dias no caso?


Acreditando no senso de jornalista de Vossa Senhoria, que outra coisa não deve fazer a não ser informar com total isenção, requer que seja publicada na íntegra essa nota, como prova de exercício correto de bem informar.


Manaus/AM, 16 de abril de 2014


Karl Marx de Araújo Gomes 

LEIA MAIS
DEIXE SEU COMENTÁRIO

Nome:

Mensagem:

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

Acompanhe o Portal do Zacarias nas redes sociais

Copyright © 2013 - 2024. Portal do Zacarias - Todos os direitos reservados.