Garrincha e Pelé. Mesmo sem o Rei do Futebol, Brasil foi bicampeão na Copa do Chile, em 62, comandado pelo genial ponta-direita
Quatro anos depois de ter surpreendido o mundo do futebol com um time de sonhos, sobretudo com o então menino Pelé, de 17 anos, e um gênio de pernas tortas chamado Garrincha, o time brasileiro campeão do mundo na Suécia, em 1958, voltava como favorito ao título da Copa organizada pelo Chile, em 1962.O futebol de Pelé estava no apogeu e o Santos, clube do super craque, deslumbrava plateias nas Américas e na Europa. O time do Brasil estava um pouco mais velho e algo modificado em relação à Copa anterior.
O técnico, desde 1961, era Aimoré Moreira, e a zaga era composta pelo santista Mauro e pelo banguense Zózimo. No mais, entrou nos campos chilenos a mesma orquestra de 1958, até mesmo com Zagalo na ponta-esquerda, pois o santista Pepe, então titular indiscutível, machucou-se às vésperas da Copa.
Amarildo faz o primeiro gol da vitória do Brasil por 2 x 1 sobre a
Espanha pelas oitavas de final (Foto: Agência O Globo)
Pela primeira vez, as imagens dos jogos chegaram para os brasileiros na íntegra, gravadas em videotape e exibidas na TV um dia depois da partida. Os jogadores não decepcionaram, encantando os amantes do futebol arte com gols sensacionais. Isso sem contar com aquele que se consagraria como o Rei do Futebol, mostrando que a seleção não dependia de seus gols, enquanto hoje é dependente de Neymar. Pelé não chegou a fazer nenhum - saiu da Copa contundido no segundo jogo. O botafoguense Amarildo, que o substituiu, garantiu a presença da seleção nas quartas de final, ao fazer dois gols de virada contra a Espanha.
A partir daí, Garrincha assumiu a batuta. O Brasil venceu a Inglaterra nas quartas de final (3x1), o Chile na semifinal (4x2) e a Tchecoslováquia (3x1) na partida que rendeu ao país o bicampeonato. Garrincha, a "alegria do povo", deu um baile.
Fonte: acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos