Josué Rocha e Mário Aufiero comandam a Polícia Civil
Nas últimas semanas a Polícia Civil vem realizando diversas ações que estão desagradando o atual Governador.
As sucessivas trapalhadas demonstram o grau de desgaste da instituição e colocam em situação complicada o hoje pré-candidato professor José Melo.
Desacreditada pelo próprio corpo de policiais que não visualizam um comando coeso, a Polícia Civil começa a demonstrar, pelos atos de seus gestores, ausência de unidade.
No dia 14 deste mês a cúpula da Polícia Civil destacou o delegado Cavalcante para trabalhar na Delegacia de Roubos e Furtos. Preso em 2003, acusado de integrar uma organização criminosa responsável pela prática de extorsão, clonagem de placas, roubo de carros, peculato e tráfico internacional, o delegado He-Man, como era conhecido, teve sua reintegração determinada no ano de 2010, tendo só sido aproveitado agora às vésperas da eleição.
Conhecido pelo seu pulso firme no trato com bandidos, a volta de Cavalcante tem feito com que o meio policial festeje o seu retorno, principalmente pelo enfraquecimento da categoria desde a entrada da última gestão.
A ausência de um comando direcionado a combater com rigor o crime organizado aumenta o descrédito da classe, que ainda clama por uma resposta à altura para o caso “Oscar Cardoso”, assassinado com 18 na porta de sua casa.
Na terça feira, outro fato chamou a atenção dos meios de informação. Um documento de uso reservado da Secretaria de Segurança circulou em diversos grupos de relacionamento após ser apresentado à Delegacia Geral.
O ofício passava informações à Delegacia Geral sobre suposto comando de ataques a policiais, proferido pela facção criminosa Família do Norte.
O fato de não ser repassada a informação dos ataques aos policiais da ponta fez surgir um nódulo de tensão, o que levou os próprios policiais que tiveram acesso a divulgar a ameaça para se resguardar e não acontecer o que aconteceu no "caso Oscar".
Em meio às trapalhadas começam a surgir teorias de que grupos na Polícia Civil estariam trabalhando para minar a campanha do Prof. Melo.
As suspeitas recaem sobre os comissários de Polícia que foram transformados em delegados, e devem o cargo ao então candidato Eduardo Braga, que em 2004 encampou a lei 2.917.
A transposição do cargo foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3415, que nas últimas semanas entrou em pauta de julgamento no STF.
Sob relatoria do Ministro Teori Zavascki, a ADIN 3415 já tem parecer da Procuradoria da República e da Advocacia Geral da União (AGU) entendendo pela total inconstitucionalidade da lei.
O relator, em diversas decisões de sua lavra, entendeu, em casos semelhantes, que essa espécie de provimento derivado ofende o texto constitucional.
Veja os pareceres da Procuradoria da República e da AGU: