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20/04/2017

Aliados sabiam do Holocausto anos antes do fim da guerra, segundo documentos

Foto: Auschwitz-Birkenau Memorial and Museum

Secretário britânico fez declaração sobre o extermínio de judeus em 1942, anos antes dos campos de concentração serem encontrados pelos aliados

Arquivos secretos da Segunda Guerra Mundial sobre o Holocausto que foram disponibilizados ao público recentemente afirmam que os Aliados já tinham conhecimento da existência de campos de concentração antes da queda do III Reich.


Os documentos revelam que os governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da União Soviética estavam preparando acusações desde dezembro de 1942, depois de descobrirem que milhões de judeus haviam sido mortos e muitos outros estavam em perigo por causa do Holocausto.

 

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Os arquivos da Comissão de Crimes de Guerra da ONU, que foi criada em 1943, estão sendo disponibilizados ao público pela primeira vez na Biblioteca Wiener, em Londres. Até então, era senso comum, que o Reino Unido só tinha descoberto a extensão do Holocausto quando os Aliados capturaram (e depois liberaram) os campos de concentração em 1945.


Além disso, os documentos também provam que depoimentos de prisioneiros dos campos de concentração foram repassados aos Aliados em dezembro de 1942, levando o secretário de relações exteriores do Reino Unido, Anthony Eden, a fazer uma declaração ao parlamento naquele mês.

 

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“As autoridades alemãs, não contentes em negar os direitos humanos mais elementares a judeus em todos os territórios aos quais seu poder bárbaro se estende, estão colocando em efeito a intenção repetida constantemente por Hitler de exterminar o povo judeu”, disse Eden em seu discurso.


Entretanto, os Aliados fizeram pouco para oferecer santuário aos cinco milhões de judeus que estavam em perigo. Em março de 1943, um ministro do gabinete de guerra de Winston Churchill, Visconde Cranborne, disse que o império britânico já tinha refugiados demais e não podia abrir uma exceção aos judeus.


“As maiores potências comentaram [sobre o extermínio dos judeus] dois anos e meio antes de se tornar conhecimento popular”, disse o autor Dan Plesch, que estudou os documentos para escrever seu livro “Direitos Humanos depois de Hitler”, ao “The Independent”.


“Foi pressuposto que [os grandes líderes] ficaram sabendo disso quando descobriram os campos de concentração, mas comentaram publicamente em dezembro de 1942”, completou o autor.


O arquivo secreto revela detalhes horríveis sobre as atrocidades que aconteceram na guerra, que resultaram na morte de pelo menos 11 milhões de pessoas. Dentro dele estão depoimentos de vítima que foram forçadas a se despir e relatos de como o piso terracota na câmara de gás ficava “muito escorregadio quando molhado”.


Por mais que as informações contidas nos documentos já estivessem disponíveis para historiadores e investigadores, só agora se tornaram acessíveis ao público. Até pesquisadores da ONU precisavam solicitar acesso.


Além das alegações de homicídio em massa cometido por Hitler e seu alto escalão, também constam no arquivo milhares de casos horríveis na Europa e na Ásia. Foram citados Franz Angerer, um membro da Gestapo que reunia prisioneiros austríacos para serem enviados a Auschwitz, e Alexander Belev, secretário de Relações Judaicas na Bulgária, que supervisionava a deportação de judeus.


Outro nazista mencionado nos documentos foi Elimar Luder Precht, um dentista em diversos campos de concentração, que selecionava prisioneiros que seriam assassinados a partir do número de dentes de ouro ou platina que poderiam ser retirados do cadáver.


A coleção inclui 500 mil imagens de microfilmes digitalizados e mais de 10 mil casos de pessoas identificadas como criminosos de guerra na Europa e na Ásia. Também estão disponíveis minutas de reuniões, transcrições de julgamentos e uma lista com 37 mil nomes de criminosos de guerra e suspeitos.


Essas evidências foram encaminhadas a 17 países para garantir que os culpados fossem presos e julgados, mas a comissão de crimes de guerra foi encerrada em 1948. Por décadas, os arquivos foram esquecidos, até que em 1987 pesquisadores receberam acesso limitado, sem o nome dos criminosos. Agora, as informações sobre o Holocausto são de livre acesso.


Último Segundo / iG

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