25 de Abril de 2024 - Ano 10
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31/07/2015

Desembargador quer 'celas vip' desativadas no Compaj, mas não demolidas

Foto: Reprodução / Internet

Compaj foi alvo de revista da Secretaria de Segurança Pública e Exército e revelou existência de privilégios

Após manifestar surpresa ao descobrir que o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no km 8 da BR-174 (Manaus - Boa Vista), abrigava cela com estrutura diferenciada, o presidente do Grupo Permanente de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Sabino Marques, pediu a desativação do espaço no início da tarde de hoje (31). A oficialização do pedido foi encaminhada ao titular da Vara de Execuções Penais, Luís Carlos Valois Coelho e ao secretário de Administração Penitenciária, Louismar Bonates.

 

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Durante entrevista concedida nas primeiras horas da tarde desta sexta-feira, o desembargador fez questão de salientar que, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fez uma inspeção no Compaj e não detectou nenhum tipo de cela diferenciada. “Nada foi detectado, identificado. Na realidade, a visita foi feita por pessoas do próprio CNJ, nós apenas prestamos suporte operacional. Se houvesse alguma estrutura diferente do projeto inicial do presídio, certamente constaria no relatório”, disse.


O desembargador adiantou que fará uma visita ao Compaj na próxima semana para vistoriar as dependências do local. “As questões referentes a saúde, por exemplo, são bem críticas. Claro que existe um ambiente específico para tratar os detentos, mas é meio acanhado para certos tipos de patologia. E esse pedido de desativação em nada interfere na competência da titularidade do juiz da Vara de Execuções Penais ou na do secretário da Seap. O Judiciário entra somente quando é detectado algum tipo de anomalia ou questão que fuja da normalidade. Cabe ao grupo fiscalizar e monitorar o sistema carcerário local”, declarou Sabino Marques.

 

 

 

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(Fotos: Divulgação / PM)

 


Sobre a possível construção do espaço para visitas íntimas, o magistrado afirmou que tal direito é assegurado, mas é preciso que o “ambiente esteja condizente para efeito de preservar a dignidade humana”. “Durante a minha visita na semana que vem, posso fazer uma avaliação e, de acordo com a realidade do local, manter ou não o ambiente. Mas isso, sem beneficiar um preso somente. Não será preciso fazer a demolição, mas sim, dependendo do momento, a desativação”, lembrando que, atualmente, o Compaj está beirando os 1.500 detentos.


Antes de finalizar, o desembargador reforçou a desativação do espaço. “Mesmo que construído com materiais inapropriados, demolir o ambiente seria um desperdício. Os demais desdobramentos somente na próxima semana”.

 

 

 

Sabino preside grupo que monitora e fiscaliza o sistema carcerário do Estado

(Divulgação / TJAM)

 


ENTENDA O CASO


Na última quarta-feira, dia 29, durante operação do Exército e da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no km 8 da BR-174, foi encontrada uma cela com estrutura diferenciada. Segundo informações da própria SSP, o ambiente conta com porcelanato, freezer com comida, churrasqueira e televisão.


Ainda de acordo com a SSP, participaram da operação 40 homens do Exército e 122 policiais da Força Tática e Tropa de choque. Entre os equipamentos utilizados estiveram detectores de metais na ocupação do complexo de favelas da Maré no Rio de Janeiro, por exemplo.

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