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Internacional
17/07/2018

Espanha já recebe mais imigrantes por mar do que a Itália

Foto: Au Barrena / AFP

Desde janeiro, chegaram ao pais mais de 18 mil pessoas, contra 17 mil na costa italiana

O número de imigrantes que chegaram por mar à Espanha desde janeiro já supera os que aportaram na Itália no mesmo período. Os dados são da agência das Nações Unidas para Migrações (OIM).

 

Este ano, até agora, mais de 50 mil imigrantes atravessaram o Mar Mediterrâneo em direção ao continente europeu. O número é duas vezes menor que o número de imigrantes verificados na região no mesmo período de 2017. Dos 50 mil, 1.442 morreram ou estão desaparecidos.

 

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— A Espanha se converteu na rota mais ativa para os imigrantes africanos e por aqueles que se valem da África como um "trampolim" para alcançar a Europa — afirmou Joel Millman, porta-voz da OIM, numa coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.

 

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Chegaram à Espanha pelo Mediterrâneo até agora 18.016 imigrantes (em 2017 foram 6.500). Outros três mil viajaram por Ceuta e Melilha, dois enclaves espanhóis no norte do Marrocos.

 

Já na Itália, 17.827 pessoas chegaram por mar, muito menos que as 93.237 do mesmo período ano passado. O declínio se deve a um acordo fechado com a Líbia em meados de 2017, pelo qual a Guarda Costeira do país do norte da África recebeu verbas para deter os barcos de imigrantes e levá-los de volta à terra.

 

O acordo enfrenta protestos de organizações humanitárias e de direitos de humanos, uma vez que a situação da Líbia é caótica devido ao conflito civil que eclodiu depois da derrubada do ditador Muammar Kadafi, em 2011. Com o território líbio dominado por diferentes milícias, há grupos que se dedicam à exploração sexual e do trabalho dos migrantes que chegam de outros países africanos, buscando partir para a Europa.

 

Além disso, o governo italiano recentemente empossado, e que inclui a Liga, partido anti-imigrante de extrema-direito, vem proibindo o desembarque em portos do Sul da Itália de migrantes resgatados no mar por navios mercantes e de organizações humanitárias.

O Globo

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