24 de Abril de 2024 - Ano 10
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Mulher
29/05/2015

Experimento reduz preconceito de raça e gênero com treinamento durante o sono

Foto: Jason Lee / Reuters

Técnica pode abrir portas para novos tratamentos de hábitos considerados negativos, como o fumo e fobias. Som baixo tocado durante o sono profundo ajudou a fixar treinamento contra preconceito

Diversos estudos já demonstraram que o período do sono pode ser usado para reativar memórias esquecidas ou consolidar novas. Agora, cientistas estão tentando usar esse potencial para eliminar preconceitos de raça e gênero das mentes das pessoas. Uma pesquisa da Universidade Northwestern divulgada nesta quinta-feira indica que o uso de treinamentos contra-esteriótipos podem ser potencializados com interferências durante períodos de sono profundo.


Sons tocados durante o sono podem produzir memórias relativamente melhores para informações inseridas durante o sono. Por exemplo, nós usamos esse procedimento para melhorar seletivamente a memória espacial, como aprender a localização de objetos, e na memória da habilidade, como para aprender a tocar teclado — disse Ken Paller, autor do estudo e professor de psicologia na Northwestern.

 

Essa técnica foi aplicada em treinamentos contra-estereótipos, que também já provaram eficácia para reduzir temporariamente preconceitos inconscientes ou implícitos, como a preferência por contratação de um homem em vez de uma mulher, ou de um branco em vez de um negro, mesmo com as mesmas qualificações.

 

Esse tipo de aprendizagem se enquadra na categoria do hábito — disse Paller. — Assim, além da aprendizagem espacial e de habilidades, podemos incluir hábitos como outro tipo de aprendizagem que depende do processamento da memória durante o sono.

 

Participantes do experimento completaram dois regimes de treinamento: um para reduzir o preconceito racial e o outro, contra o preconceito de gênero. Em tarefas no computador, faces foram relacionadas a palavras contrárias ao estereótipo. Por exemplo, mulheres associadas à matemática ou ciência, e negros associados com elogios. Sons foram emitidos durante as sessões, que foram associados fortemente a esses pares.

 

Após o treinamento, os participantes tiraram um cochilo e, enquanto estavam em sono profundo, sem o seu conhecimento, um dos sons foi tocado repetidamente, mas em volume baixo para não perturbar o descanso. E o procedimento produziu os benefícios seletivos que os pesquisadores esperavam. A redução de preconceito foi maior para os treinamentos específicos reativados durante o sono.


Foi surpreendente que a intervenção no sono teve impacto que era aparente até uma semana depois — disse Xiaoqing Hu, pesquisador da Northwestern que também participou dos estudos. — A expectativa era que uma intervenção curta, de apenas uma sessão, não seria forte o suficiente para ter influência duradoura.

 

O estudo, que ainda precisa ser aprofundado, abre portas não apenas para reduzir o preconceito de gênero e raça na sociedade, como abre portas para o tratamento de outros hábitos, como o fumo, fobias e comportamentos não saudáveis.

 

Os preconceitos podem operar mesmo quando temos a intenção consciente de evitá-los — disse Galen V. Bodenhausen, professor de psicologia da Northwestern University. — Nós podemos tentar corrigir nossos preconceitos após o fato, mas nossos resultados apontam para outra possibilidade: redduzir o preconceito antes dele acontecer.

 

 

Fonte: O Globo

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