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05/02/2019

Funcionário da Vale alertou sobre risco de barragem de Brumadinho em tese de mestrado em 2010

Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Estudo de Washington Pirete da Silva tinha o objetivo de apresentar propostas para reduzir o risco de liquefação

Um funcionário da própria Vale alertou que a Barragem 1 de Córrego de Feijão tinha risco de liquefação, quando a lama passa de pastosa para líquida. O alerta foi feito há nove anos, em julho de 2010, na dissertação de mestrado de Washington Pirete da Silva, orientada pelo professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Romero Cesar Gomes, no curso de engenharia geotécnica.

 

Se chama “Estudo do potencial de liquefação estática de uma barragem de rejeito alteada para montante aplicando a metodologia de Olson (2001)”. O objetivo era apresentar propostas para reduzir o risco de liquefação.


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Nas imagens do momento em que a barragem se rompe, é possível ver toda a estrutura que parecia ser sólida estourar e se transformar numa tsunami de rejeito e lama que destroçou pessoas e estruturas. A liquefação é um fenômeno previsível e que poderia ter sido evitado, se o sistema de alerta estive adequado, apontam especialistas.


Pirete é funcionário da Vale há 22 anos e escolheu a Barragem 1 como tema de seu mestrado. Diz o estudo: “Os rejeitos dispostos na Barragem I da Mina de Córrego do Feijão constituem materiais que tendem a exibir comportamento contrátil sob cisalhamento e, assim, susceptibilidade potencial a mecanismos de liquefação”. Isso significa que o rejeito da barragem possuía potencial de liquefação.

 

Na manhã do dia 25 de janeiro, a barragem da Mina do Feijão, de propriedade da Vale,

se rompeu na cidade de Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG


O trabalho também revela o deslocamento do eixo para dentro da barragem. Isso afeta o nível de liquefação. Esse fenômeno está relacionado ao aumento do volume de água e a seu movimento dentro da barragem de rejeito. É por isso que a liquefação aumenta a pressão interna sobre a parede da barragem, feita da mesma lama de rejeito, e pode fazê-la romper, como aconteceu e causou a tragédia de 25 de janeiro.

 

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À medida que avançaram os trabalhos de resgate,

corpos começaram a cruzar o céu da cidade mineira


Pirete fez sugestões de medidas se segurança e de classificação de segurança da liquefação, aparentemente, a causa do rompimento. Ele também viu que os alteamentos feitos pela Vale haviam deslocado o eixo da barragem em 60 metros para montante em relação ao eixo anterior (correspondente ao terceiro alteamento). O motivo havia sido aumentar a segurança.

 

 Rejeito de lama do rompimento da barragem atingiu também as águas do Rio Paraopeba,

em Brumadinho. A água ficou da cor dos rejeitos (Fotos: Agência O Globo)

 

O Globo

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