19 de Abril de 2024 - Ano 10
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Educação
20/03/2019

Governo Bolsonaro cria comissão para fazer análise ideológica de questões do Enem

Foto: Reprodução

Grupo formado por três homens terá acesso ao ambiente seguro do Inep e poderá recomendar a exclusão de itens da prova

Órgão do Ministério da Educação responsável pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio, o Inep instalou nesta quarta-feira, 20, uma comissão para avaliar as questões que estão disponíveis para serem utilizadas na prova e decidir quais ficarão de fora.


No final do ano passado, em reação a um questão que não lhe agradou na última edição da prova, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que seu governo tomaria conhecimento prévio do exame.


Embora não seja exatamente o que Bolsonaro havia prometido, o grupo terá acesso ao ambiente seguro do Inep e dez dias para concluir o trabalho de escolher quais questões devem ficar de fora do exame, que é usado na seleção de universidades públicas, no Programa Universidade Para Todos (Prouni) e no Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).


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De acordo com a portaria 244, publicada hoje, a comissão de três homens será responsável por avaliar os itens disponíveis no Banco Nacional de Itens (BNI), mantido pelo Inep, para a montagem da edição de 2019 do Enem.


De acordo com o Inep, as recomendações do grupo devem ser justificadas e, caso haja discordância da direção de Avaliação da Educação Básica, a palavra final caberá ao presidente do órgão.


O instituto também nega que os itens serão descartados. “As questões dissonantes serão separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso”, afirma Marcus Vinicius Rodrigues, presidente do Inep, por meio de nota.


Entre os membros está Marco Antônio Barroso Faria, ex-aluno do ministro Ricardo Vélez Rodriguez e que irá representar o Ministério da Educação no colegiado. Faria é secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior da Pasta.


Os outros dois integrantes são Antonio Maurício Castanheira das Neves, representante do Inep, e o procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina Gilberto Callado de Oliveira, representante da sociedade civil.


Logo após ser eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PLS) criticou uma questão da prova de linguagens e ciências humanas do Enem de 2018, que buscava medir o conhecimento do candidato sobre o que é um dialeto.


Só que o presidente se insurgiu contra o texto de apoio da questão, que tratava do “pajubá”, “dialeto secreto” adotado por gays e travestis. Dois dias após o primeiro dia de avaliação, Bolsonaro considerou a avaliação um “vexame” e “doutrinação”.


Em dezembro, o presidente voltou à carga contra o Enem. Em uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook, ele afirmou que, a partir de 2019, seu governo irá “tomar conhecimento da prova antes”.


Seleção de perguntas


Com a iniciativa, o Inep cria uma etapa extra de seleção das perguntas que irão compor a prova, já que as questões que compõem o BNI passam pelo escrutínio do próprio órgão.


“O Banco Nacional de Itens (BNI) do Inep tem como objetivos principais a elaboração permanente e a manutenção de quantidade expressiva de itens com comprovada qualidade técnico-pedagógica”, diz texto de apresentação do sistema.


As questões são elaboradas por professores de diversas universidades brasileiras e, em seguida, incluídas em pré-testes aplicados a alunos do ensino médio da rede pública.


Depois, as questões vão para BNI, que abriga mais de 10.000 perguntas. Conforme o resultado do pré-teste, as questões recebem diferentes graus de dificuldade, entre fáceis, médias e difíceis.


As perguntas de cada área de conhecimento cobradas no Enem devem equilibrar o grau de dificuldade das perguntas na proporção de 25% fáceis, 50% médias e 25% difíceis.

 

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Segundo o Inep, o Ambiente Físico Integrado Seguro, onde a prova é elaborada e a comissão terá acesso, tem “segurança máxima” e acesso restrito.


Este ano, o Enem será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro. As inscrições estarão abertas de 6 a 17 de maio. Entre 1º e 10 de abril, os estudantes poderão pedir isenção da taxa de inscrição. Nesse mesmo período, o Inep vai receber as justificativas dos que faltaram às provas em 2018.

 

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