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Internacional
21/01/2017

Mulheres fazem marchas ao redor do mundo contra a posse de Trump

Foto: Hannibal Hanschke / Reuters

Da Austrália à Antártida, há registros de mais de 600 focos de protestos em 30 países

Mulheres de várias partes do mundo saem às ruas neste sábado para protestar, um dia após Donald Trump tomar posse como o 45º presidente dos Estados Unidos. Elas se manifestam contra ideias sexistas do milionário, que, durante a campanha, teve muitas vezes seus discursos criticados por conta de comentários machistas e chegou a ser acusado de assédio sexual.

 

A maior movimentação acontece em Washington, cidade que recebe milhares de mulheres de todo o país para a marcha contra o novo governo. Até o momento, a imprensa relata que já foram registrados mais de 600 focos de protestos pelo mundo.

 

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Mary William, do Oregon, que exibia em seu andador um guarda-chuva com o dedo do

meio, em sinal de palavrão (Foto: Henrique Gomes Batista)


Na capital americana, o clima é muito diferente do visto na posse de Trump, no dia anterior. Mais pessoas trazem cartazes, fantasias e descontração para o evento, organizado para ser um protesto contra a posição conservadora do novo presidente. Na campanha eleitoral, o republicano emitiu duros ataques contra imigrantes, ofendeu as mulheres com declarações consideradas machistas e zombou de um jornalista deficiente.

 

— Este é exatamente o meu sentimento — afirmou Mary William, do Oregon, que exibia em seu andador um guarda-chuva com o dedo do meio, em sinal de palavrão. — Sou mulher e tenho problemas de deficiência motora, me senti duplamente ofendida por ele.


Mary William, do Oregon, que exibia em seu andador um guarda-chuva com o dedo do meio, em sinal de palavrão - Henrique Gomes Batista
Ela acredita que a marcha ajuda a mostrar que as pessoas não estão sozinhas e servir de pressão ao novo governo:

 

— Não acredito que este senhor vai se sensibilizar com isso, mas pode fazer com que, algumas vezes, o Congresso faça algo diferente e ouça a voz da maioria — disse ela, que foi à capital americana para o evento.

 

Quase todas as pessoas na marcha exibiam cartazes ou fantasias. Muitas mulheres chegam ao National Mall, onde na sexta-feira foi a posse de Trump, com toucas rosas, símbolo da marcha. Até guardas de trânsito em serviço usavam a peça, mostrando apoio à manifestação. O metrô de Washington informou que não havia mais espaço nos estacionamentos das estações distantes da capital, numa mostra de que havia grande movimentação para a marcha.

 

— Essa é uma bonita mensagem por igualdade. Nunca vi uma marcha tão grande, alegre e espontânea como essa — afirmou Christine Smith, que saiu de Chicago com a amiga Rachel Jonas somente para a marcha.

 

Christine Smith e a amiga Rachel Jonas saíram de Chicago somente para a marcha

(Foto: Henrique Gomes Batista)


A grande marcha de mulheres contra Trump na capital americana foi organizada pelas redes sociais para a tarde deste sábado. Na página do movimento no Facebook, mais de 250 mil pessoas demonstraram interesse. A expectativa das manifestantes é reunir 200 mil pessoas nas ruas de Washington e avançar dois quilômetros pelo "National Mall", onde Trump foi empossado como presidente na sexta-feira.

 

Celebridades, como as atrizes Reese Witherspoon, Olivia Wilde, Julianne Moore, Patricia Arquete e Scarlett Johansson e as cantoras Katy Perry e Cher, também aderiram à causa e confirmaram presença no protesto. A cineasta Rebecca Rodriguez contou que esta será a primeira vez que se manifesta na rua, porque considera que Trump não é apto para ocupar a Presidência.

 

— Eu vejo um indivíduo que, com as suas palavras, incentiva o ódio e a violência contra as comunidades marginalizadas da nossa sociedade — afirmou Rebecca Rodriguez ao site "Euronews".

 

Policial usa gorro da marcha em apoio às mulheres (Foto: Henrique Gomes Batista)


Solenidade corre o mundo

 

O evento já começou a ser replicado em diversos outros países, como França, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Holanda, Itália, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Tailândia e Índia. O slogan comum a todas essas marchas é "Love trumps hate" (ou "O amor supera o ódio"), que faz um trocadilho com o sobrenome do presidente. Há marchas previstas em mais de 30 países neste sábado, e já há quem proteste até mesmo na Antártida.

 

Em Berlim, na Alemanha, milhares de pessoas já se reúnem em frente à Embaixada dos Estados Unidos na Pariser Platz, ao lado do Portão de Brandenburgo. Em Londres, mais de 10 mil pessoas são esperadas na marcha, que será, provavelmente, uma das maiores fora dos Estados Unidos. Em Portugal, acontecerão atos em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Faro.


A motivação inicial para essas marchas é um vídeo que se tornou viral nas redes sociais um mês antes das eleições de novembro. Na gravação de 2005, Trump se gaba, em linguagem vulgar, dos seus métodos para seduzir mulheres. Ele disse, na ocasião, que, por ser uma celebridade, poderia fazer o que quisesse com elas, citando atos sexuais com palavrões.

 

A equipe de Trump não emitiu comentários à imprensa sobre as marchas, que pressionam o seu governo já no seu primeiro fim de semana. Após assinar os primeiros decretos ontem, minutos após tomar posse, o republicano disse que tiraria o fim de semana de folga. Ele deve começar o seu governo efetivamente na segunda-feira.

 

A marcha teve um clima descontraído, com algumas pessoas se fantasiando de Trump

(Foto: Henrique Gomes Batista)

 

O Globo

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