16 de Abril de 2024 - Ano 10
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23/09/2018

Papa homenageia judeus exterminados por nazistas na Lituânia

Foto: AFP

Pontífice diz que é necessário agir contra qualquer ‘sopro’ de antissemitismo

O Papa Francisco lembrou neste domingo diante de 100 mil fiéis católicos o extermínio dos judeus da Lituânia, cometido pelos nazistas, 75 anos depois do fim do gueto de Vilnius, e convocou as novas gerações a não cederem a “cantos de sereia” similares.


- Há 75 anos, esta nação presenciava a destruição definitiva do gueto de Vilnius. Assim, tinha fim a aniquilação de milhares de hebreus, que já havia começado dois anos antes - lembrou o Papa, em tom grave, antes da oração do Ângelus, em um parque de Kaunas, a segunda maior cidade do país.


No segundo dia de sua viagem pelos países bálticos, o Sumo Pontífice pediu o “o dom do discernimento para detectar em qualquer momento qualquer semente daquela atitude perniciosa, qualquer sopro daquilo que pode manchar os corações de gerações que não passaram por aquele tempo”.


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Depois da oração do Ângelus, Francisco disse que iria rezar à tarde diante do monumento às vítimas do gueto de Vilnius, a capital do país.
- Penso, nesses últimos dias, particularmente na comunidade judaica - acrescentou.


Pouco antes, em outra missa que reuniu uma multidão, o Papa também evocou os sofrimentos da população, sob o jugo, primeiramente, dos nazistas e, depois, do regime soviético.


- As gerações passadas terão deixado gravado a fogo o tempo da ocupação, a angústia dos que eram levados, a incerteza dos que não voltavam, a vergonha da delação, da traição - afirmou. - Kaunas sabe disso. A Lituânia inteira pode testemunhar com um calafrio diante da simples menção da Sibéria, ou dos guetos de Vilnius e de Kaunas.


No mesmo momento, cerca de 20 judeus reunidos na sinagoga de Vilnius, a centenas de quilômetros, enumeravam com tristeza o nome de alguns sobreviventes do gueto, onde morreram 70 mil pessoas.


Relatos de atos antissemitas aumentaram na Europa, coincidindo com a ocorrência e o aumento de partidos populistas de extrema direita. Em maio, a Alemanha reportou 1.504 ofensas antissemitas em 2017, após 1.468 em 2016. No mês passado, milhares de alemães vestindo chapéus de esqueletos participaram de protestos em apoio à comunidade judaica.


A França foi chocada em março pelo assassinato de um sobrevivente do holocausto em um ataque supostamente antissemita, e o principal partido de oposição britânico, o Trabalhista, está envolvido em uma disputa relacionada ao antissemitismo.


Mais de 200 mil judeus lituanos foram assassinados pelos nazistas, que foram auxiliados por parte da população local. A comunidade judaica do país hoje se restringe a 3 mil pessoas.

 

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Na tarde deste domingo, Francisco visitou ainda o Museu de Ocupações e Lutas pela Liberdade, uma ex-prisão soviética da KGB em Vilnius, onde centenas de pessoas foram assassinadas e de onde milhares, incluindo muitos padres, foram deportados para a Sibéria.


Continuando sua viagem pelos países do Báltico, em Riga o Pontífice deve homenagear os heróis da independência da Letônia no Monumento à Liberdade, e dirigir um serviço ecumênico na catedral luterana da cidade.


Já em Tallinn, na Estônia, ele celebrará uma missa na Praça da Liberdade, onde ocorriam antigos desfiles militares soviéticos e que hoje é local de homenagem aos deportados pelos soviéticos.

 

O Globo

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