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05/05/2016

Parada Gay contrata empresa organizadora de carnaval e quer captar R$ 5 milhões

Foto: Felipe Rau/ Estadão

Evento, que ocorrerá no dia 29, na Avenida Paulista, em São Paulo, terá como tema a aprovação da Lei de Identidade de Gênero para travesti e transexuais

Em ano de crise econômica, a Parada Gay de São Paulo busca a profissionalização. Neste ano, a 4X Entertainment, que já participou da organização do carnaval da Bahia, assumiu a captação de recursos com empresas públicas e privadas. A expectativa é coletar R$ 5 milhões para a realização da festa, cujo tema será a aprovação da Lei de Identidade de Gênero para travesti e transexuais. O evento será na Avenida Paulista, no dia 29 deste mês, a partir das 10 horas.

A intenção da associação responsável pela Parada é dobrar o orçamento em relação ao ano passado, quando foram captados R$ 2,5 milhões. A Prefeitura de São Paulo vai investir R$ 1,5 milhão ante R$ 1,3 milhão gastos em 2015. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 5, em São Paulo.


“Não é demérito essa profissionalização. A gente reconheceu nossas limitações”, disse Nelson Pereira, diretor da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo. “Todos nós somos voluntários e tentamos fazer tudo ao mesmo tempo. Basicamente tomava muita energia e não dava o resultado que a gente esperava.”


Segundo Pereira, a parceria vai abrir espaço para a realização de atividades paralelas e intensificar as atividades com a comunidade neste mês do Orgulho LGBT – uma série de eventos está programada além da Parada. “Agora vai dar para fazer militância”, disse o diretor. “Preciso dar mais o tom político da Parada.”


Pereira admite que será um desafio captar o montante estipulado. “Não está fácil levantar. A gente almeja alcançar. Mas estamos caminhando bem.”


Namoro. Líbia Miranda, diretora-geral da 4X Entertainment, disse que as conversações com a associação começaram no fim do ano passado e afirmou que há pouco tempo para realizar toda a captação. “Aceitamos o namoro e espero que vire casamento”, disse, em relação aos eventos dos próximos anos. “Buscamos parceiros. Não queremos fazer só a maior Parada do mundo, mas a melhor Parada do mundo.”


Neste ano, segundo Líbia, já há quatro grandes parceiros fechados com a festa: uma rede de fast-food brasileira, uma empresa de preservativos, a Caixa e o Ministério da Saúde. Mais quatro empresas estão em negociação, entre elas uma cervejaria. A 4X Entertainment, além de carnavais, tem expertise na organização de eventos, como réveillon na Paulista, Copa das Confederações e Campeonato Mundial de Judô.


O objetivo neste ano é padronizar, por exemplo, o serviço de vendedores ambulantes, a exemplo do que aconteceu no carnaval, para impedir a venda de vinho químico. “Serão entre 1,5 mil e 2 mil ambulantes cadastrados e padronizados”, disse Líbia.


“A organização será feita como a Prefeitura fez no carnaval. Foi um modelo bom, de controle de bebida alcoólica que a Prefeitura estabeleceu com as empresas de venda de bebida. Esse é um dos grandes problemas que a gente tem, que no fim da Parada os postos e as ambulâncias eram usados por quem tomava vinho químico”, disse Alessandro Melchior, coordenador de Políticas para LGBT da capital. O cadastramento dos ambulantes será realizado em parceria com a Subprefeitura da Sé.


Segundo Melchior, a infraestrutura será de responsabilidade da SPTuris – empresa municipal de turismo de São Paulo. No ano passado, a Controladoria-Geral do Município (CGM) abriu investigação para apurar irregularidades no contrato com a empresa que realizou o evento. A Prefeitura é responsável pela infraestrutura, segurança e assistência médica da festa.


Tema. Neste ano, a Parada Gay chega a sua 20.ª edição. O presidente da associação, Fernando Quaresma, destacou a importância política do evento. “São 20 anos de luta, luta por cidadania, por direitos. Tivemos lutas árduas, grandes avanços que vieram por meio do Judiciário, mas ainda buscamos mais”, afirmou. “Neste ano, trazemos como tema a Lei de Identidade de Gênero. Trazemos à tona o segmento ‘T’, travestis e transexuais mulheres e homens, pela falta de amparo no ambiente escolar, pela falta de apoio na família, no trabalho”, disse Quaresma.


Serão 15 trios elétricos na avenida e, nesta edição, não haverá comercialização dos trios. Todos os carros serão temáticos e não haverá trios de empresas, como casas noturnas, nem de sindicatos.


Fonte: Estadão

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