24 de Abril de 2024 - Ano 10
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Plantão Policial
05/05/2016

Polícia investiga se grupo que estuprou jovem é gangue que persegue homossexuais

Foto: Reprodução / Facebook

Anderson decidiu denunciar o caso, apesar do medo

A polícia de Petrolina, em Pernambuco, investiga se o ataque homofóbico sofrido por Anderson Veloso, de 21 anos, é obra de uma gangue formada especificamente para cometer crimes contra homossexuais.

 

Na semana anterior, outro jovem com a mesma orientação sexual foi agredido em circunstâncias semelhantes. Inspetores estão em buscas de mais informações e averiguam, agora, se os crimes estão relacionados.

 

Segundo o delegado da 26ª Seccional de Polícia, Marceoni Ferreira, diz que a proximidade entre as datas dos ataques aumenta a suspeitas sobre a conexão entre os casos, todos ocorridos em regiões vizinhas da Universidade Federal do Vale do São Francisco.

 

 

"Os crimes aconteceram com cerca de uma semana de diferença e, com exceção do estupro a primeira vítima só relatou agressão, os casos são parecidos" diz o delegado, que destaca a importância de vítimas continuarem colaborando com a polícia após darem queixa: "Entendemos que o trauma torne a situação difícil e, em casos de abuso e violência, muitas vezes as pessoas se sentem envergonhadas ou incomodadas demais para tocar no assunto, mas precisamos da ajuda delas com detalhes para que possamos coletar mais indícios e chegar aos suspeitos" completa.

 

 

Segundo o delegado, detalhes sobre os crimes podem ajudar na obtenção de informações como rotas de fuga e abordagem, por exemplo, que são fundamentais para as investigações e podem ajudar a impedir que mais pessoas sejam alvo da fúria da possível gangue:

 

"Se for um mesmo grupo, por exemplo, será mais fácil chegarmos a ele antes que aconteçam novas ações. A equipe está em diligência para identificar suspeitos" afirma.

 

Fotos: Reprodução / Facebook

 

Em entrevista ao Extra, o estudante se disse preocupado com as intenções do grupo de cometer mais atentados como o que viveu. Frases como “esse é só o começo” apavoram Anderson, que garante que, mesmo com medo, não vai se calar" Anderson fez questão de mostrar o rosto para protestar contra a violência:

 

"Estou muito assustado, sim, e não tenho como dizer que não estou com medo. Mesmo assim, não posso me calar. É isso o que pessoas preconceituosas fazem: tentam silenciar a nossa voz usando a violência. Acho que me deixaram vivo como um aviso do que vão continuar fazendo, mas não posso me esconder nesse momento" diz o jovem, que registrou queixa na 214 Circunscrição da Delegacia de Polícia de Petrolina.

 

Relembre o caso

 

O estudante dá detalhes da ação do trio: ele saía de casa, no último sábado, por volta das 18h30m, quando foi abordado pelos agressores. Com uma arma, eles o obrigaram a entrar em um carro preto, em que viajou cercado por dois homens encapuzados. O motorista conduziu sozinho na dianteira do veículo, também com o rosto protegido, até um local desconhecido por Anderson. Lá, o trio começou uma verdadeira sessão de tortura que culminou com o estupro de Anderson com um objeto feito de madeira:

 

"Apanhei na cabeça muitas vezes, com socos, e tomei muitos chutes na barriga. Depois, mesmo debilitado, me enforcaram com o cordão do meu short. Estou com o corpo todo dolorido" diz Anderson, que contou estar habituado a palavras e atitudes preconceituosas no dia a dia: "Escuto tantas ofensas sobre meu comportamento que a violência verbal já não me afeta. Agora, a violência sexual doeu. É muito pesado, ainda estou em choque" desabafa o estudante, que passou por exames médicos que excluíram possíveis sequelas após o estupro sofrido.

 

Fonte: Extra.globo

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