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09/12/2018

Protestos na França tiveram mais de 1.700 interpelados e 1.220 presos

Foto: Sameer Al-Doumy / AFP

Manifestantes próximos ao Arco do Triunfo, em Paris

Depois de protestos no sábado que registraram o maior número de prisões desde o início das manifestações dos chamados coletes amarelos, há um mês, uma fonte do Palácio do Eliseu anunciou que o presidente da França, Emmanuel Macron, se reunirá nesta segunda-feira com sindicatos, organizações empresariais e associações locais.

 

Será uma tentativa de sair do impasse provocado pelo movimento que começou reivindicando o fim de um imposto ecológico que levou ao aumento dos combustíveis, mas acabou exprimindo uma insatisfação geral com o presidente, acusado de "governar para os ricos".


Segundo números oficiais divulgados neste domingo, ao todo 1.723 pessoas foram interpeladas pela polícia no quarto sábado consecutivo de protestos, das quais 1.220 foram mantidas em prisão preventiva. Das prisões, 1.082 ocorreram em Paris, uma alta significativa em relação às manifestações anteriores, de 1º de dezembro, quando houve 1.082 prisões na capital francesa.


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Ainda de acordo com o governo, o movimento no sábado reuniu cerca de 136 mil manifestantes em todo país, menos do que no fim de semana anterior. Pelo menos 10 mil foram às ruas em Paris. O governo mobilizou 89 mil policiais em todo o país, três quartos do número presumido de manifestantes. O quarto sábado de manifestações dos coletes amarelos registrou violentos confrontos em Paris e em outras cidades, como Marselha, Saint-Etienne e Bordeaux.


O porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, afirmou mais cedo neste domingo que Macron faria anúncios importantes ao longo da semana.
— O presidente fará anúncios importantes, mas nem todos os problemas dos coletes amarelos serão resolvidos com uma varinha mágica — afirmou Griveaux em entrevista à LCI.

 

Ao todo 1.723 pessoas foram interpeladas pela

polícia no quarto sábado consecutivo de protestos


Segundo o primeiro-ministro, Édouard Philippe, o presidente Macron anunciará "medidas para unir a nação francesa". O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, disse que os protestos serão "uma catástrofe" para a economia do país, e provocarão uma desaceleração do crescimento. Ele inspecionou os danos provocados nas áreas nobres de Paris por parte dos manifestantes, que quebraram vitrenes e picharam fachadas, apesar de a maior parte das lojas e monumentos ter ficado fechada no sábado.


A prefeitura de Paris disse que houve mais danos materiais do que fim de semana anterior.


— Há mais danos após o dia de ontem do que há uma semana — declarou Emmanuel Grégoire, adjunto da prefeita Anne Hidalgo, do Partido Socialista.


Os incidentes não se concentraram apenas na região da avenida Champs-Élysée, afetando outros bairros, acrescentou Grégoire.


"Você não vai passar do Natal, Emmanuel", dizia uma pichação no tapume usado para proteger uma vitrine na avenida. Gregory Caray, dono de uma loja de móveis no centro de Paris, ficou aliviado ao ver que sua loja não havia sido atacada, embora a madeira que protegia a vitrine também tenha sido grafitada.


— Posso entender os coletes amarelos, mas é isso é completamente inaceitável. Olhe em volta, está tudo quebrado e danificado. Todas as lojas tiveram que fechar e ainda gastaram dinheiro para se proteger. E isso acontece há três semanas — disse Caray.


Neste sábado, o perfil dos manifestantes era mais homogêneo, sobretudo de homens entre 20 e 40 anos. As primeiras cenas de destruição na capital aconteceram por volta de 13h, no oeste da cidade, quando lojas foram depredadas por manifestantes, muitos vestidos de preto, mascarados e sem coletes.

 

Segundo o primeiro-ministro, Édouard Philippe, o presidente Macron

anunciará "medidas para unir a nação francesa" (Fotos: Reprodução)


Na terça-feira, o primeiro-ministro Édouard Philippe havia anunciado a suspensão por seis meses do aumento planejado para janeiro de 2019 do chamado imposto carbono sobre o diesel, criado por motivos ecológicos e desencadeador inicial da revolta. No dia seguinte, o aumento foi cancelado por tempo indefinido.

 

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Os protestos surgiram no interior da França e nas periferias das grandes cidades, organizados pela internet, à margem de partidos ou sindicatos. A reivindicação inicial era o fim do imposto carbono, mas os manifestantes passaram a pedir aumento do salário mínimo e volta do imposto sobre fortunas. Os coletes amarelos usados pelos manifestantes fazem parte do kit obrigatório para os motoristas.

 

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