Zico recebe apoio da CBF para se candidatar à presidência da Fifa

Crítico contumaz da CBF nos últimos anos, Zico tem agora um motivo para agradecer à entidade. Pré-candidato à presidência da Fifa, na eleição marcada para 26 de fevereiro do próximo ano, o ex-camisa 10 da seleção brasileira e do Flamengo recebeu ontem do presidente da entidade, Marco Polo del Nero, a promessa de que terá seu apoio para oficializar a candidatura.

Os interessados em suceder o atual mandatário da Fifa, o suíço Joseph Blatter, têm até 26 de outubro para conseguir a indicação de, pelo menos, cinco federações nacionais, requisito necessário para participar no pleito em Zurique, na Suíça, onde fica a sede da Fifa.

Zico enviou na segunda-feira, uma carta à CBF solicitando o apoio oficial. Ontem, foi recebido por Del Nero na sede da confederação, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

— Zico tem nosso apoio para viabilizar a candidatura. Se conseguir as outras quatro assinaturas, a CBF vai endossar o seu pleito — disse Del Nero, segundo o site da entidade.

Platini de novo no caminho

Com passagens marcantes pelo futebol do Japão e da Turquia, indo para sua segunda temporada como técnico do FC Goa, na Índia, e com trabalhos na Rússia, Grécia, Qatar, Iraque e Uzbequistão, Zico conta com seu currículo para obter as quatro indicações restantes para concorrer.

— Por todos os serviços prestados ao futebol brasileiro, o primeiro passo, antes de qualquer coisa, era ouvir o que pensa a CBF. Fui muito bem atendido pelo presidente Marco Polo — afirmou Zico, em entrevista à Rádio Globo. — Agora cabe a mim procurar outras candidaturas. Têm esses lugares em que eu passei e onde sempre procurei fazer um grande trabalho. Se eu não conseguir, então o problema é meu — brincou o Galinho, que foi Secretário Nacional de Esportes entre 1990 e 1991, no governo Fernando Collor de Mello, e trabalhou por apenas três meses no Flamengo, em 2010, em seu único cargo executivo em um clube.

Zico deve ter, pelo menos, três fortes adversários na eleição da Fifa. Um deles, seu contemporâneo em campo, Michel Platini, atual presidente da Uefa e camisa 10 da seleção francesa que eliminou o Brasil na Copa do México, em 1986. Apesar do apoio da CBF, Zico não deve esperar votos dos demais países sul-americanos.

Antes de dar seu aval ao ex-craque, Del Nero conversou com o presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Ángel Napout, para avisar que votará em Zico, se a candidatura for confirmada. Uma licença prévia para não seguir, desta vez, o antigo hábito da Conmebol, formada por dez membros, que costumam votar em bloco em eleições importantes na Fifa. Já houve uma aproximação da entidade continental com o presidente da Uefa, costurada no sorteio dos grupos das eliminatórias para a Copa de 2018, no último sábado, em São Petersburgo, na Rússia.

— Platini é um amigo que estimo muito, e sempre defendi o belo trabalho que ele está fazendo na Uefa. Temos que aguardar para ver o que vai acontecer, é cedo para falar alguma coisa — disse Zico.

Ontem, mais um pré-candidato confirmou a intenção de suceder Blatter, o sul-coreano Chung Mong-joon, que já foi vice-presidente da Fifa e comanda a montadora de automóveis Hyundai, uma das patrocinadoras da entidade. O quarto interessado é o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, que foi derrotado por Blatter na última eleição da Fifa, em maio deste ano. 

Fonte:oglobo.globo.com