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17/05/2021

Anéis misteriosos no céu: cientistas continuam buscando respostas

Foto: Radiotelescópio ASKAP. Crédito: CSIRO

Radiotelescópio australiano ASKAP, que capturou as imagens de ORCs.

 Desde 2019, quando o radiotelescópio Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) começou a produzir mapas do céu noturno, astrônomos se depararam com um novo mistério: anéis de rádio gigantescos e quase perfeitamente circulares em partes distantes do universo. Apelidados de ORCs (Odd Radio Circles, ou círculos de rádio excêntricos, em português), os objetos têm características peculiares que despertaram o interesse científico – ainda sem resposta definitiva para o que são.

 

Uma equipe de cientistas fez, em 2019, um compêndio contendo 11 possibilidades na tentativa de explicar o que podem ser os anéis: falhas de imagem, distorções no espaço-tempo conhecidas como anéis de Einstein ou um novo tipo de remanescente da explosão de uma supernova. Recentemente, eles adicionaram outras possibilidades ao seu catálogo, potencialmente deixando-os mais perto de resolver o problema.

 

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Encontrando anéis

 

Círculo de rádio excêntrico captado por telescópio australiano.


Os cientistas do ASKAP procuravam principalmente por fontes brilhantes que pudessem indicar a presença de buracos negros ou enormes galáxias brilhando em ondas de rádio. Mas, como disse à Live Science a astrônoma Bärbel Koribalski, pesquisadora do órgão nacional australiano CSIRO e professora da Universidade Western Sydney, na Austrália, alguns cientistas estão sempre em busca de "tudo o que é estranho, tudo o que é novo e tudo o que não se parece com nada mais".

 

Anna D. Kapinska, do Observatório Nacional de Radioastronomia em Socorro, Novo México, avistou nos dados quatro círculos de rádio brilhantes que, inicialmente, o restante da equipe descartou. Quando os telescópios analisaram os objetos em outros comprimentos de onda, como luz visível, eles ficaram vazios.

 

O fato de cada um dos ORCs ter uma galáxia quase exatamente em seu centro, como um alvo, também chamou a atenção da equipe. Os astrônomos conseguiram determinar que as entidades estavam a vários bilhões de anos-luz de distância e que são potencialmente tão grandes quanto alguns milhões de anos-luz de diâmetro.

 

Buscando respostas


Desde a primeira publicação, a equipe encontrou mais um ORC para adicionar à sua coleção: uma entidade com cerca de um milhão de anos-luz, localizada a cerca de três bilhões de anos-luz de distância da Terra. Eles postaram suas descobertas no banco de dados científico de pré-impressão arXiv em 27 de abril. Agora, o artigo foi aceito para publicação no relatório mensal da Royal Astronomical Society.

 

A equipe reduziu suas idéias a três possíveis explicações. A primeira é a de que talvez existam galáxias adicionais formando um aglomerado próximo ao objeto, dobrando o material brilhante em uma estrutura semelhante a um anel, que pode simplesmente ter um brilho fraco demais para ser detectado por telescópios atuais.

 

Outra possibilidade é que o buraco negro supermassivo central dessas galáxias esteja consumindo gás e poeira, produzindo enormes jatos de partículas e energia em forma de cone. Os astrônomos frequentemente detectam esse tipo de fenômeno no universo, embora geralmente os jatos se alinhem de tal forma com a Terra que os observatórios os vêem se movendo para fora das bordas da galáxia.

 

"Talvez, no caso dos ORCs, os jatos estejam simplesmente apontando diretamente para o nosso planeta", sugeriu Koribalski. Assim, a equipe estaria olhando para um longo tubo que cria uma imagem circular bidimensional em torno de uma galáxia central.

 

Radiotelescópio australiano ASKAP, que capturou as imagens de ORCs.

 

"A outra explicação é mais emocionante", disse ela. "Pode ser algo completamente novo", emendou. É possível que algum evento desconhecido, mas altamente energético, tenha ocorrido no meio dessas galáxias, criando uma onda de explosão que viajou como uma esfera e resultou em uma estrutura de anel. Koribalski ainda não tem certeza de que tipo de evento poderia deixar a marca – pode ser um produto até então desconhecido de buracos negros.

 

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Já Harish Vedantham, astrônomo do Instituto Holandês de Radioastronomia e não associado ao trabalho, acredita que a ideia mais simples geralmente é a verdadeira. Para ele, as ORCs são uma manifestação de um fenômeno bem conhecido: jatos brilhantes disparados de uma galáxia em um ângulo raramente visto. "Você pode construir um cenário exótico, mas a resposta mais simples quase sempre é a correta", disse ele à Live Science.

 

Fonte: Tecmundo

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