Atrás nas pesquisas, Boulos anuncia estratégia de rua na reta final das eleições. Campanha já gastou R$ 7,1 milhões com ações de militância
Em forte desvantagem nas pesquisas de intenção de votos em São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) deve anunciar em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (21/10) que vai passar os próximos seis dias antes do segundo turno da eleição municipal dormindo em uma caravana nas ruas da cidade.
A medida faz parte de uma série de ações adotadas pelo deputado com foco na mobilização de rua, estratégia que parece ser a principal aposta da campanha nessa reta final.Nas últimas semanas, o candidato tem recorrido até a parlamentares de seu partido para os serviços de panfletagem e “militância de rua” – jargão usado para o método de tentar virar votos por meio da conversa com pessoas que circulam pelas ruas.
Assim, agendas de rua rotineiras, como balançar bandeiras no centro da cidade e entregar “santinhos”, já contaram com a participação, por exemplo, das deputadas federais Célia Xakriabá (PSol-MG) e Sâmia Bomfim (PSol-SP).
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O recurso é a última cartada de Boulos para tentar reverter o cenário de grande desvantagem apontado pelas pesquisas – mesmo após o episódio do Apagão, Ricardo Nunes pontuou 22 pontos percentuais à frente de Boulos na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (17/10).
A campanha de Boulos já gastou R$ 7,1 milhões com “atividades de militância e mobilização de rua”, o quarto maior gasto da campanha até agora, de acordo com a prestação de contas do candidato no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Comparativamente, Ricardo Nunes (MDB), rival de Boulos, não tem nenhum gasto com a mesma descrição, mas investiu cerca de R$ 930 mil com eventos de promoção da candidatura e publicidade por carros de som.
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Abordar pessoas na rua e entregar panfletos na esperança de tentar convencê-las de um determinado ponto de vista é uma estratégia que data do Iluminismo e remonta a processos revolucionários do século 18. No Brasil, sobretudo após a redemocratização em 1988, essa forma de atuação foi incorporada principalmente pelo campo da esquerda como parte do chamado “trabalho de base”, que consiste em criar núcleos de militância cujo objetivo final é conectar a atuação política à vida das pessoas.
Fonte: Metrópoles