18 de Abril de 2024 - Ano 10
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13/08/2019

Confira como dar a volta por cima após uma falência e conseguir sucesso nos negócios

Foto: Pedro Teixeira

Jota Oliver faliu 20 vezes antes de abrir a Coco Mambo, rede com 11 restaurantes entre o Rio e São Paulo

O que Steve Jobs, Walt Disney e muitos empreendedores brasileiros têm em comum? Eles foram derrotados e deram a volta por cima. Segundo relatório do Sebrae, do ano passado, uma em cada quatro empresas fecha antes de completar dois anos de existência no mercado.

 

Entre os principais motivos alegados para o negócio parar de funcionar estão impostos e gastos com despesas e juros (31%); grande concorrência e pouca procura por clientes (29%); problemas financeiros (25%) e de gestão (25%).

 

O proprietário da rede de bar restaurante Coco Mambo, Jota Oliver, de 46 anos, passou pela experiência de falência 20 vezes antes de obter sucesso. Antes de tentar empreender, montava a infraestrutura de bares e, porque era muito criativo, foi chamado para participar de várias sociedades, entrando com a mão de obra.

 

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— Nem sempre bar cheio é sinônimo de dinheiro em caixa. Nesse segmento, as pessoas confundem status com faturamento e é aí que muitos negócios quebram — opina Jota Oliver.

 

Hoje, dono de cinco marcas além da Coco Mambo — que tem 11 restaurantes, espalhados pelo interior de São Paulo e no Rio de Janeiro —, Oliver acredita que a maior dificuldade é encontrar bons profissionais, principalmente das áreas de administração e recursos humanos, para ajudar a tocar o negócio:

 

— É impossível ir muito longe sozinho. Ter uma equipe que tenha conhecimento do negócio é a chave para o sucesso — garante ele.

 

A fundadora do Spa das Sobrancelhas, Jane Muniz, também superou a falência. Seu primeiro negócio foi um salão de beleza na Zona Norte do Rio de Janeiro de muito sucesso, especializado em cabelos afros, crespos, ondulados e cacheados. No entanto, quando ela e o marido decidiram expandir, comprando um outro salão que já estava montado, o empreendimento quebrou.

 

— Estávamos ainda aprendendo sobre estratégias e administração de tempo. Tomamos a decisão por impulso. Acredito que o momento de preparação para nos tornarmos empresários precisava ter sido mais completo para termos mais capacidade de contornar as adversidades — analisou Jane.

 

Depois de três meses, resolveu canalizar a frustração em determinação para fazer um novo negócio dar certo. Em vez de oferecer vários serviços, apostou em um nicho, o embelezamento do olhar. Atualmente, a rede está presente em todas as regiões do país, com mais de 200 lojas franqueadas.

 

— Se você deve a alguém, apresente um plano consistente, pague aos poucos, nunca deixe de falar com seus credores. Quando finalmente tiver pago, terá o respeito dos mesmos — aconselha Jane Muniz.

 

Falta de planejamento

 

Segundo José Leoncio Andrade, coordenador de Integração do Atendimento do Sebrae-RJ, o processo de falência se dá por falta de planejamento:

 

— Não há uma organização prévia, um estudo de mercado. Uma empresa quando nasce, é similar ao nascimento de filho. É preciso preparação. Na gravidez, há nove meses de expectativa, consultas médicas e pré-natal. Nas empresas, as pessoas pulam essa etapa de preparação e, por causa disso, muitos empreendimentos não dão certo. Quem tem sonho de ter uma padaria, por exemplo, precisa conhecer a atividade e todo o processo produtivo, visitar concorrentes e tentar entender mais para adquirir informações sobre o que precisa se preparar.

 

 

Fotos: Reprodução

 

 

Fracassar não é motivo para ter vergonha

 

O empreendedor que passa por dificuldades pode ter um aprendizado maior que uma pessoa que trabalha com carteira assinada ou outra que possui um negócio e não vislumbra crescimento. É o que acredita o diretor do Departamento de Micro, Pequena e Média Indústria e Aceleradora de Startups da Fiesp, Sylvio Gomide. Para ele, toda experiência contribui para o sucesso futuro:

 

— No Vale do Silício, a pessoa que quebra é vista com bons olhos. Em rodas de investidores, eles perguntam quantas empresas ela já criou e quantas vezes já fracassou. Eles entendem que os fracassos são experiências que ajudam a montar uma nova empresa. No Brasil, quem fracassa é visto com desconfiança pelos credores e isso é algo que precisamos mudar.

 

Gomide ainda explica que, mesmo que uma pessoa falida pague os seus débitos, fica “fichada” pelo sistema.

 

Empreendedor deve investir em capacitação

 

Empreender sozinho exige ainda mais do empresário. Pela falta de uma equipe multidisciplinar, o dono tem que ter conhecimento de tudo para conseguir tocar o negócio durante os primeiros anos da empresa. Para isso, é fundamental investir em capacitação.

 

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— Pesquise, cruze informações, faça mentorias com pessoas, vá a faculdades conversar com professores e fazer parcerias, peça conselho para referências do setor que você quer atuar. Essa é a melhor forma de saber se está preparado — diz Sylvio Gomide, diretor do Departamento de Aceleradoras de Startups da Fiesp.

 

Outro ponto é ter uma boa gestão financeira. Para José Leoncio de Andrade, os empresários não sabem seus custos fixos e variáveis e, sem esses indicadores, não é possível verificar se o negócio vai bem.


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