Kim Jong-un
A Coreia do Norte está se preparando para uma possível crise alimentar nos próximos meses. O líder do país, Kim Jong-un, emitiu um raro alerta a respeito de uma “tensa” situação alimentar provocada por grandes inundações, a pandemia do novo coronavírus e sanções internacionais, segundo informou a mídia estatal nesta quarta-feira.
Kim convocou o Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, que comanda o país, na terça-feira, para avaliar a situação e disse que resolver a escassez de alimentos era “prioridade máxima”, de acordo com a agência de notícias oficial.
— Em particular, a situação alimentar do povo está ficando tensa porque o setor agrícola não conseguiu completar sua produção de grãos — teria dito Kim durante a reunião — É essencial para todo o partido e o Estado que se concentrem na agricultura.
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Apesar de não ser segredo o fato de a economia da Coreia do Norte estar em apuros, é incomum que seu líder tornar publicamente conhecida a escassez de comida como ele fez nesta semana.
Em sua última análise da insegurança alimentar dos países, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertou que, se a escassez de alimentos na Coreia do Norte não for coberta por importações ou apoio estrangeiro, “famílias podem passar por um duro período de desabastecimento entre agosto e outubro”.
O alerta do líder norte-coreano ocorre dois meses depois de ele ter ordenado que seu partido fizesse uma "movimentação intensa" para aliviar a situação econômica de seu povo. As falas de abril chamaram atenção de alguns analistas externos, já que o termo “movimentação intensa" é geralmente usado pelo Norte para se referir a crises que já foram superadas, como a fome nos anos 1990 que matou milhares de pessoas.
Até agora, nenhum sinal foi dado pela Coreia do Norte de que o país esteja em perigo de outra fome devastadora, mas repórteres sul-coreanos que monitoram preços do país vizinho afirmaram que o preço do arroz tem crescido drasticamente nas últimas semanas.
Fotos: Reproduções
Muitos bens essenciais, como medicamentos, também estão mais escassos, à medida que a pandemia forçou a Coreia do Norte a fechar suas fronteiras com a China, seu maior parceiro comercial, como explica o editor-chefe do Asia Press International, Jiro Ishimaru, um site no Japão que monitora a Coreia do Norte com a ajuda de correspondentes clandestinos dentro do país.
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Segundo Ishimaru, algumas famílias têm vendido mobília para aumentar a renda destinada à comida.
Fonte: O Globo