Tudo isso foi descoberto a partir de um alcatrão de bétula que ela mastigou.
Arqueologistas da Dinamarca conseguiram extrair o genoma completo, o microbioma oral e o DNA dos alimentos que foram ingeridos por uma mulher da Idade da Pedra. Tudo isso foi descoberto a partir de um alcatrão de bétula que ela mastigou.
O alcatrão era utilizado pelos neolíticos como um adesivo para consertar cerâmicas ou ferramentas. Para isso, era necessário trabalhá-lo de uma forma que conseguisse alcançar a sua forma mais flexível.
E era provavelmente isso que a garota estava fazendo ou, talvez, ela poderia estar apenas aproveitando algum tipo de "chiclete" da Idade da Pedra.
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A pesquisa foi liderada por Hannes Schroeder e Theis Jensen, respectivamente, arqueólogo e bioarqueólogo da Universidade de Copenhague, e publicada na revista Nature Communication.
A publicação chamou atenção para o fato de como uma bétula mastigada pode ser uma fonte para o DNA humano e, a partir disso, apresenta ser um campo de pesquisa de grande potencial para o entendimento da história, da saúde e dos processos de subsistência dos povos antigos.
Informações encontradas no "chiclete"
No caso de Lola, nome dado pelos pesquisadores à mulher dinamarquesa, foi possível definir como ela era, o que comia, quais bactérias e vírus carregava, de onde ela poderia ser e se trabalhava com agricultura.
Por exemplo, os pesquisadores conseguiram reproduzir o físico da mulher: olhos azuis, pele escura e cabelo marrom. Além da aparência, foi possível descobrir que ela carregava o vírus Epstein-Barr (membro da família dos herpesvírus) e várias cepas de vírus responsáveis pela pneumonia.
Também conseguiram encontrar traços de comidas que poderiam ter sido ingeridas pela moça, como avelã e pato-real. Além disso, foram capazes de determinar que a mulher sofria de intolerância à lactose, que era comum na época.
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Todas essas características vieram à tona partir do DNA presente nesse "chiclete" feito de alcatrão.