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17/01/2021

Doria e Pazuello trocam ataques após aprovação de uso emergencial de vacina

Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello

 Minutos após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparecer ao lado da primeira pessoa a receber a vacina da Covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, criticou "movimentos polítco-eleitoreiros" se aproveitando do imunizante e disse que a vacinação tem que ocorrer "sem dividir o nosso país". Em resposta, Doria disse que o governo federal faz "golpes de mortes com os brasileiros, com o negacionismo, com a recomendação para uso da cloroquina, com a falta de vacinas".

 

— A vacinação de forma igualitária e simultânea, sem deixar nenhum brasileiro para trás, sem discriminar cor da pele, credo religioso, classe social, credos e, principalmente, sem dividir o nosso país. É isso que o governo federal procura, é isso que está pactuado com todos os governadores — afirmou Pazuello na tarde de hoje, sem mencionar o nome de Doria.

 

Logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial das vacinas produzidas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) neste domingo, Doria participou de uma cerimônia em São Paulo vacinando a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos. O governador de São Paulo e o presidente Jair Bolsonaro são adversários políticos, em uma desavença que tem como pano de fundo a disputa presidencial de 2022.

 

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Durante a coletiva de imprensa, Pazuello afirmou que o ministério tem em mãos a vacina do Butantan e da Astrazeneca e que poderia "em um ato simbólico ou em uma jogada de marketing, iniciar a primeira dose em uma pessoa", mas não iria fazer isso "em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileios". Segundo ele, fazer uma campanha paralela de vacinação, como a feita pelo estado de São Paulo, além daquela organizada pelo Ministério da Saúde, é ilegal.

 

— Todas as doses recebidas serão distribuídas de forma proporcional ao estado e simultaneamente. Qualquer movimento fora dessa linha está em desacordo com a lei. Está em desacordo com a lei. Está em desacordo com a lei. Ponto. Eu não sou representante da lei. Qualquer movimento disso está em desacordo com a lei — afirmou.

 

Pazuello afirmou que não há problema em haver um plano do governo de São Paulo, mas ele precisa se adequar ao plano nacional. Ele também ressaltou que, por meio de uma medida provisória, foi definido que a operalização da vacina seria feito pelo Ministério da Saúde e não pelos estados.

 

— O governo federal, por meio de uma medida provisória, determinou que a coordenação do plano de operacionalização de vacinação para covid-19 seja feita pelo Ministério da Saúde (MS). Esse plano já foi apresentado ao MS, lançado de maneira solene no Palácio Planalto, com todos os governadores — disse, acrescentando:

 

— Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os estados e entre todos os brasileiros, construída ao longo da nossa história com o Plano Nacional de Imunização. Governadores, não permitam movimentos polítco-eleitoreiros se aproveitando da vacinação em seus estados. O nosso único objetivo é salvar vidas, e não fazer propaganda própria — afirmou.

 

Doria rebate


Durante coletiva de imprensa sobre a aprovação da CoronaVac, produzida pelo Butantan, no mesmo horário em que Pazuello criticava a vacinação descentralizada, o governador de São Paulo interrompeu alguns dos participantes para desqualificar a fala do ministro da Saúde.

 

— Estou atônito com as declarações do ministro, que diz que as vacinas foram compradas com dinheiro do SUS, do governo federal, e não do governo de São Paulo. É inacreditável que um ministro sem o menor conhecimento ainda minta. A vacina do Butantan só está aqui porque foi investimento do estado de São Paulo. Não há um centavo do governo federal. Chega de mentira, trabalhe pela saúde do seu povo. Seja honesto, seja decente — disse.

 

Questionado sobre a fala de Pazuello que criticou o uso da vacina como "golpe de marketing", Doria afirmou que o governo federal faz "golpes de morte contra os brasileiros".

 

— Sobre golpes de marketing, eu respondo que o governo federal já há 11 meses faz golpes de morte com os brasileiros, com o negacionismo, com a recomendação para uso da cloroquina, com a falta de vacinas, falta de seringas, falta de orientação, falta de bons exemplos. Frases lamentáveis como: "e daí?", "pressa para quê?", "toma cloroquina que passa", "lavo minhas mãos".... Isso, sim, é golpe na vida — afirmou.

 

Em outra provocação, Doria disse que hoje foi o dia "V, o dia da vacina, da vitória, da verdade, da vida". A declaração é uma referência à fala do ministro da Saúde, na última segunda-feira, sobre começar a vacinação no "dia D, na hora H", cuja repercussão foi negativa nas redes sociais.

 

O governador de São Paulo afirmou que a vitória obtida hoje com a aprovação pela Anvisa é daqueles que "valorizam e trabalham pela vida e, ao contrário daqueles que, nos últimos 11 meses, flertaram com a morte, os que aqui estão, trabalham pela vida". Ele criticou ainda a postura do governo Bolsonaro ao incentivar o uso da cloroquina, que, segundo ele, provoca mortes.

 

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— Espero que o ministério pare de recomendar o uso da cloroquina. Em alguns casos, cloroquina mata. Parem de fazer isso, de insistir nessa tese. Trabalhem pela vida, pelas vacinas, pela proteção dos brasileiros — disse.

 

Fonte: O Globo

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