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19/09/2021

Eduardo Bolsonaro critica Google por homenagem a Paulo Freire

Foto: Reprodução

Filho do presidente acusou o buscador de apoiar a decisão judicial que proibiu a União de atentar contra a dignidade do Patrono da Educação Brasileira, cujo centenário é celebrado neste domingo (19)

A homenagem do Google a Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira, cujo centenário é celebrado nestedomingo (19), revoltou bolsonaristas. Quem acessa a página de pesquisa do Google, dá de cada com o rosto do educador pernambucano no logotipo dobuscador.

 

Há mais de duas décadas, o Google altera temporariamente seu logotipo para comemorar efemérides e homenagear figuras históricas notáveis. No entanto, segundo o deputado federal Eduardo Bolsonaro, ao estampar o rosto do autor de "Pedagogia do oprimido", oGoogle se manifesta a favor da decisão da Justiça que proibiu a União de atentar contra a dignidade do educador.

 

“ONG entra na justiça por razãoideológica; juíza dá razão à ONG, jornal enaltece a causa; Google a apóia. Olhequantos atores ideológicos envolvidos, cientes ou não que servem a umaideologia, e perceba o qnto temos q caminhar. N estranhe se o próximo Googlefor c/ cara do Lula”, tuitou o Zero Três.

 

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Na última quinta-feira (16), a Justiça Federal do Rio de Janeiro acolheu a argumentação do Movimento Nacionalde Direitos Humanos (a ONG referida por Eduardo) de que o governo federaltrabalha para desqualificar “Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro, comfalas ofensivas e em contraposição ao pedagogo ser Patrono da Educação brasileiro”. A decisão da juíza Geraldine Vidal é liminar, isto é, publicada emcaráter de urgência, e determina pagamento de multa no valor R$ 50 mil paracada dia em que a União descumprir a medida.

 

Após o tuíte do Zero Três,militantes bolsonaristas começaram a ofender Freire nas redes sociais e atacaro Google. Uma militante, que se descreve como “mãe, publicitária, cantora,cristã e conservadora”, criticou o buscador por homenagear o educador e nãoJesus Cristo: “Tem método! Lixos!”. A hashtag #PauloFreireLIXO também passou a ser compartilhada pelos bolsonaristas. Alguns militantes aproveitaram paraelogiar Olavo de Carvalho, guru ideológico da extrem-direita brasileira, edescrevê-lo como um “antídoto” à pedagogia freireana.

 

Neste sábado, bolsonaristas jáhaviam se manifestado, nas redes sociais, contra a decisão judicial que osproibiu de desqualificar Freire publicamente. Sergio Camargo, presidente daFundação Palmares, defendeu a proibição do método freireano: “A autoridade doprofessor em sala de aula precisa ser restabelecida, assim como o ensino danorma culta da língua portuguesa, para ficar só nisso”, tuitou. SecretárioNacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula disse que “o resultadoda implementação em larga escala da ideologia de Paulo Freire na culturanacional equivale a um desastre nuclear”. “Gerações de militantessemianalfabetos rebaixaram não só o padrão estético cultural, mas toda aamplitude do nosso guarda-roupa da imaginação moral”, concluiu.

 

Nascido no Recife em 1921, Freire é o intelectual brasileiro mais lido no mundo. Ganhou projeção nacional durante ogoverno João Goulart, ao ser chamado para integrar o Ministério da Educaçãoa pós um bem-sucedido trabalho de alfabetização de adultos realizado em Angicos,no Rio Grande do Norte. Após o golpe militar de 1964, o método freireano passoua ser acusado de doutrinação marxista e o educador partiu para o exílio no Chile. De lá, seguiu para os Estados Unidos e depois para a Suíça e rapidamenteganhou projeção internacional com sua pedagogia libertadora.

 

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De volta ao Brasil em 1979,participou da fundação do Partido dos Trabalhadores. Entre 1989e 1991, foi secretário de Educação da cidade de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina. Freire faleceu em 1997 e, a partir das manifestações pelo impeachement de Dilma Rousseff, em 2015, voltou a ser alvo da extrema-direita e demovimentos com o Escola Sem Partido, que reciclaram as acusações de doutrinação marxista espalhadas pela ditadura militar. O presidente Jair Bolsonaro já semanifestou a favor de anular o título Patrono da Educação Brasileira, concedidoa Freire em 2012, e chamou o educador de “energúmeno”. 

 

Fonte: iG 

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