Sindicatos convocam para greve, paralisação e protesto na próxima semana
Embora tenham sido incluídos pelo Ministério da Saúde no grupo prioritário da campanha de vacinação contra a Covid-19 em janeiro, profissionais do setor de transporte ainda não foram imunizados. Diante da lentidão para serem vacinados, sindicatos já anunciam greves, paralisações e protestos para os próximos dias no Rio de Janeiro, na Bahia e em São Paulo.
Segundo a Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Estado de São Paulo (FTTRESP), haverá manifestações e paralisações no estado entre os dias 20 e 27.— Somos serviço essencial, mas, para receber vacina, não somos? Nossa preocupação é que viramos vetor. Temos profissionais assintomáticos que estão contaminando as pessoas — afirmou Valdir de Souza Pestana, presidente da FTTRESP.
Também em São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil convocou greve para o próximo dia 20. Na Bahia, o Sindicato dos Rodoviários de Salvador informou que são aproximadamente 30 mortos por Covid-19, entre motoristas, cobradores, fiscais e mecânicos. Na próxima semana, haverá protestos na capital.
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O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros Urbano, Intermunicipal, Interestadual, Fretamento, Turismo, Escolar, Cargas, Logística e Diferenciados do Município do Rio de janeiro (Sintrucad-Rio) informou que há a possibilidade de uma paralisação no estado, no próximo dia 26. Em janeiro, o sindicato pediu à prefeitura a inclusão da categoria como grupo prioritário. Mas o pedido foi negado.
— O descaso das autoridades em não incluir motoristas e cobradores, assim como os demais profissionais da categoria que lidam diariamente com o público, na vacinação prioritária da Covid 19 é um verdadeiro descaso. Em todos esses anos de sindicalismo, jamais presenciei uma indiferença tão grande por parte do governo municipal e estadual — criticou Sebastião José, presidente do Sintrucad-Rio.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT), Jaime Bueno Aguiar, disse que uma paralisação na pandemia é inviável:
— A paralisação, em época de pandemia, é, na minha opinião, inviável e desnecessária. A gente precisa, sim, tomar medida judicial e isso já está sendo olhado pela nossa confederação, através da assessoria jurídica, no sentido de buscar uma satisfação mínima do governo para a questão da vacinação do trabalhador de transporte em primeiro lugar.
Os trabalhadores inseridos no grupo prioritário pelo Ministério da Saúde foram caminhoneiros; portuários, incluindo trabalhadores da área administrativa; funcionários das companhias aéreas nacionais; funcionários de empresas metroferroviárias de passageiros e de cargas; funcionários de empresas brasileiras de navegação; e motoristas e cobradores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso.
Presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Vander Costa disse que uma greve, neste momento, poderia atrapalhar e defendeu a compra de vacinas pela iniciativa privada:
— Uma greve agora vai atrapalhar ainda mais a pandemia. Tem que continuar garantindo abastecimento, transportando pessoas. Estamos defendendo no Congresso que a iniciativa privada possa comprar vacina. Se a iniciativa privada puder comprar de fontes diferentes daquelas que o governo brasileiro tem acesso, não vejo isso como privilégio. Se eu vacinar os motoristas todos, tiro dois milhões de brasileiros da fila.
A CNT encomendou uma pesquisa para identificar se o transporte coletivo é o foco de contaminação da Covid-19.
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— O instituto MDA vai pesquisar a origem da doença. Se for no transporte público, vamos sentar para discutir com empresários o que mais podemos fazer para evitar o contágio — acrescentou.
Fonte: O Globo