A decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça Félix Fischer suspendendo a prisão domiciliar de Fabrício Queiroz vai mandar para a cadeia também o ponto fraco do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro: a mulher do ex-policial militar, Márcia Aguiar.
Quando foi preso em Atibaia, em um imóvel do advogado Frederick Wassef, conselheiro dos Bolsonaros, a primeira pergunta de Queiroz aos policiais foi por Márcia. A indagação evidenciou a preocupação que o ex-assessor de Flávio tem com a companheira. Ela permaneceu foragida e só se apresentou à Justiça quando o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, ordenou que o casal cumprisse prisão domiciliar. Agora, fica mais difícil a mulher do ex-PM voltar a se esconder. Queiroz pode até suportar a prisão sozinho sem falar. Mas com Márcia presa, ele permanecerá em silêncio sobre as revelações da investigação da rachadinha no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro?
São muitas as dúvidas deixadas pelo inquérito, inclusive pelo depoimento de Flávio ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Por que Nathália, a filha de Queiroz, repassou para o pai a maior parte do salário que recebia no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro? Por que o vendedor dos apartamentos que Flávio comprou em Copabacana depositou R$ 638 mil em dinheiro vivo no mesmo dia em que o negócio foi registrado em cartório? Por que, quando ainda era casada com o presidente, Rogéria Bolsonaro pagou por um imóvel na Zona Norte do Rio com dinheiro vivo?
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O senador teria motivos para comemorar hoje: o Tribunal de Justiça do Rio considerou que o MP perdeu o prazo para recorrer da decisão que levou sua investigação para o foro privilegiado. Mas a reversão da prisão domiciliar de Queiroz e Márcia eliminou qualquer motivo para celebrar.
O Globo