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08/02/2020

Os alimentos orgânicos são realmente mais saudáveis?

Foto: Reprodução

Os alimentos orgânicos são realmente mais saudáveis?

Se você é um consumidor preocupado com o que coloca na mesa todos os dias, sabe muito bem que o simples ato de fazer compras no supermercado pode ser desafiador.

 

É por isso que, após inúmeras tentativas de analisar embalagens enganosas, você pode acabar optando por vegetais orgânicos, pois ainda que eles tenham o dobro do preço dos vegetais normais, você sai com a sensação de que está fazendo algo bom para sua saúde e contribuindo para a conservação do meio ambiente.

 

Se esse é realmente o seu caso, saiba que você definitivamente não está sozinho. De fato, a escolha pelo consumo de alimentos orgânicos se espalhou como fogo em palha, especialmente nos últimos dois anos.

 

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As pessoas estão cada vez mais considerando a decisão de comprar alimentos orgânicos como uma responsabilidade moral e social pela boa saúde de seus familiares.

 

Na prática, existe uma crença comum de que os alimentos orgânicos são mais naturais, saudáveis e ainda mais éticos com relação à conservação do meio ambiente. Mas, será que esse é realmente o caso?

 

Para responder a essa pergunta, vamos investigar essas noções arraigadas uma a uma para determinar a sua veracidade.

 

O que é um alimento orgânico?

 

 

Curiosamente, existe uma falta de consenso global sobre a definição do que é realmente “orgânico”, com diferentes países tendo regras e estruturas diferentes para o termo. Além disso, nem todos os alimentos orgânicos são “completamente orgânicos”.

 

Por exemplo, em boa parte dos países, se o rótulo diz “orgânico”, isso significa que o alimento em questão contém cerca de 90 a 95% de ingredientes orgânicos. Já os itens rotulados com um adesivo “fabricado com ingredientes orgânicos” podem conter apenas 70 a 80%.

 

É exatamente por conta disso que somente quando um rótulo diz “100% orgânico” é que podemos ter a certeza de que se trata de um alimento totalmente orgânico.

 

No entanto, o que podemos perceber com facilidade é que a nossa mente já está convencida de que, uma vez que identificamos o termo “orgânico” na embalagem, o consideramos totalmente orgânico, sendo que os profissionais de marketing podem se beneficiar muito bem disso ao cobrar altos valores por itens semi-orgânicos.

 

Só que, mesmo com toda essa variedade de definições, podemos dizer que, em geral, são considerados alimentos orgânicos aqueles colhidos sem o uso de sementes OGM (geneticamente modificadas).

 

Esses alimentos também devem ser colhidos sem o uso de pesticidas ou fertilizantes sintéticos. Na agricultura orgânica, os agricultores usam formas mais convencionais de agricultura, como a rotação de culturas e o uso de fertilizantes “orgânicos”, como adubo ou compostos.

 

No entanto, embora a motivação para comprar alimentos orgânicos seja aparentemente nobre, será que é realmente eficaz investir nesse tipo de alimento ou trata-se apenas uma moda exagerada e notavelmente cara?

 

Alimentos orgânicos são mais saudáveis?

 

 

Uma ideia frequentemente associada aos alimentos orgânicos é que seu “cultivo natural” os torna mais saudáveis e, de certo modo, essa afirmação é verdadeira. Numerosos estudos já relataram que os níveis de antioxidantes são muito mais altos nos alimentos orgânicos.

 

Na prática, as plantas produzem antioxidantes como parte de seus mecanismos de defesa para afastar insetos e outros predadores, ou seja, alguns desses antioxidantes agem como um tipo de “pesticida natural” das plantas.

 

A razão por trás dos níveis mais altos de antioxidantes nas plantas orgânicas é porque elas precisam trabalhar mais do que os vegetais comuns, que geralmente são protegidos externamente por pesticidas sintéticos.

 

No entanto, embora os antioxidantes sejam benéficos para nós, sua verdadeira usabilidade e eficácia ainda são debatidas entre a comunidade médica e científica.

 

Quando se trata de avaliar se os alimentos orgânicos são mais nutritivos, as evidências são variadas, mas existem vários estudos sugerindo que os alimentos orgânicos são um pouco mais ricos em vitamina C e ácidos graxos ômega-3.

 

Alimentos orgânicos são mais naturais?

 

 

As pessoas geralmente compram produtos orgânicos por acreditarem que eles são privados de pesticidas ou fertilizantes artificiais. A boa notícia é que muitos estudos confirmam que a presença residual de pesticidas ou fertilizantes costuma ser menor em alimentos orgânicos.

 

No entanto, é importante deixar claro que os estudos mostram que a concentração é menor, mas não é zero. Isso ocorre porque, embora os pesticidas devam ser o último recurso na agricultura orgânica, eles não são completamente proibidos.

 

Os pesticidas orgânicos até podem usar variantes naturais, mas alguns deles ainda continuam sendo tóxicos de certa maneira, até porque tóxico é tóxico, independentemente de o material ter sido produzido quimicamente ou naturalmente.

 

Por exemplo, no caso de pesticidas naturais usados na agricultura orgânica para maçãs, as maçãs orgânicas podem até ser mais tóxicas do que aquelas provenientes de fazendas não orgânicas, pois a toxicidade de uma substância depende de sua concentração e exposição à fonte em si.

 

Isso não significa que devemos perder o sono nos preocupando com resíduos de pesticidas naturais em nossos alimentos, apesar de orgânicos. Em vez disso, devemos continuar a exigir regulamentações e padronizações mais rigorosas dos alimentos pelos órgãos reguladores governamentais.

 

Os alimentos orgânicos são bons para o meio ambiente?

 

Fotos: Reprodução

 

Em um artigo publicado na revista acadêmica Environmental Research Letters pelos ecologistas Michael Clark e David Tilman, esses pesquisadores realizaram uma análise de alimentos orgânicos e regulares de centenas de fontes de produção diferentes para entender melhor seu impacto no meio ambiente. O impacto foi medido em três parâmetros: emissão de gases de efeito estufa, consumo de energia e utilização do solo.

 

Curiosamente, o estudo foi inconclusivo em relação a qual método é melhor para o meio ambiente. O estudo observou que, embora as fazendas orgânicas exigissem menos energia, suas emissões de efeito estufa eram quase iguais às de fazendas não orgânicas.

 

Da mesma forma, embora as fazendas orgânicas usassem muito menos pesticidas, seu consumo de solo era significativamente maior, levando ao uso imprudente de recursos da Terra.

 

Ou seja, como você pode ver, o problema está em nosso estereótipo de ver o orgânico como bom e comum (não orgânico) como ruim. Como esse viés interfere na tomada de decisões lógicas, precisamos pensar em unir o melhor das agriculturas orgânica e regular para obter melhores resultados.

 

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Ambos têm seus próprios prós e contras, portanto, para produzir os alimentos mais saudáveis da maneira mais eficiente, precisamos de uma combinação que ofereça o melhor dos dois mundos. 

 

Tri Cultura

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