Clube perde praticamente toda e receita de R$ 40 mil mensais que tinha com atividades e alugueis de espaços.
O Rio Negro é um dos clubes do Amazonas apto a disputar a Série B do estadual, prevista para ocorrer, de acordo com o calendário da FAF, em outubro. No entanto, a paralisação das atividades na sede do clube afetou muito o faturamento e o clube vive a incerteza sobre a participação no torneio.
De acordo com o presidente do clube, Jefferson Oliveira, que viu as receitas do clube despencarem de R$ 40 mil para praticamente quase nada, ainda está longe para fazer qualquer previsão. Até porque, atualmente em meio à pandemia da Covid-19, o clube sobrevive com a ajuda de R$ 50 de cerca de 60 sócios, além das doações de cestas básicas para funcionários.
"Se tiver Série B, temos que ver a situação que nós vamos estar. A situação que estava anteriormente, nós iríamos participar normalmente. Não temos como prever. Não podemos afirmar nada.
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Não temos certeza se amanhã vai tá aberto ou fechado. Ficamos vendo os outros (campeonatos) que abrem. Nós temos uma realidade diferente de outros países. A Europa tem uma realidade diferente. É a mesma doença, mas com vários nuances", Jefferson Oliveira, presidente do Rio Negro.
- Eu acredito que nem tenha futebol. Eu acho difícil ter futebol. Porque os grandes clubes que estão forçando uma volta, tem muito dinheiro. O que o Rio Negro fatura para o Flamengo é um troco, por exemplo. Acho difícil acontecer. Estão falando que vai passar. Pode passar, mas não vai melhorar o quadro. O nosso futebol é muito amador - acrescentou.
De acordo com Jefferson, grande parte da receita de R$ 40 mil mensais vinha de alugueis de espaços, natação, academia, quadra de futsal entre outros. Apesar dos R$ 25 mil de despesas, ainda sobrava R$ 15 mil que, futuramente, seriam investidos para a disputa da Série B.
- Nós estávamos em uma situação relativamente tranquila. Sem problema nenhum. O clube estava com eventos. Estava tudo tranquilo. Contas, funcionários... De repente nós ficamos sem nada. Cancelaram todos os eventos. Os alugueis não estão pagando. Nós tínhamos sala pra cursinho, fisioterapia, natação, academia - explicou.
De acordo com ele, desde o início de sua gestão, em abril de 2019, conseguiu aumentar o faturamento do clube que, antes, girava em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil mensais.
- Iria sobrar ainda um dinheiro no clube para a gente se preparar para a Série B. A gente estava aumentando o faturamento. Até porque em fevereiro conseguimos aumentar - lembra.
Como o clube está sobrevivendo?
O presidente do Galo explica que o clube está fechado e que apenas dois funcionários, que moram perto da sede estão trabalhando na manutenção. Segundo ele, o que o clube consegue arrecadar dos sócios, como ajuda em dinheiro e cestas básicas, tem repassado para os funcionários.
"Qualquer ajuda é bem-vinda. Com cestas básicas, R$ 100, R$ 200. Os torcedores é que estão ajudando. Não passam fome. Estamos ajudando. Quando voltar esperamos retornar pelo menos com a metade do faturamento. Porque até a luz está atrasada", Jefferson.
- O muro que caiu com uma chuva ainda não recuperamos. Poque não tem quem trabalhe. Fechamos. Quando voltar vamos fazer um outro espaço lá, até porque tem a parede do ginásio - completou.
Nas redes sociais, o clube tem solicitado ajuda dos torcedores e ainda lançou máscaras personalizadas para conseguir arrecadar dinheiro e ajudar os funcionários.
Fotos: Reprodução
Preocupação com a Covid-19
Jefferson explicou não tem como prever uma reabertura do clube de imediato, até porque não tem como acompanhar, neste momento, diariamente as atividades na sede.
- Eu me preocupo. Meu irmão que é médico está internado. A gente tem medo. Como vou abrir um clube? Difícil isso também. Talvez algumas coisas voltem em junho, como academia, natação... Vamos ter que ver isso. Vai ser muito lento - explicou.