Na presença de pastores, durante a “Marcha para Jesus” em São Paulo, Bolsonaro simula executar alguém caído
*Por Lúcio Carril - Causou estranheza para muita gente o gesto grotesco (mais um) do misantropo na "Marcha para Jesus" (sic).
Não era pra causar espanto nenhum. O evangelismo no Brasil, com raras exceções, se tornou sinônimo de charlatanismo abençoado pelo Estado e patrocinado por uma massa de desesperados.
Só há fé nos incautos. Justamente aqueles que metem a mão no bolso para tirar os trocados do ônibus e doar aos pastores e pastoras saídos do buraco do inferno.
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Não existe fé religiosa em quem engana se aproveitando do desespero do outro. A isto se chama charlatanismo, picaretagem, bandidagem.
Não vejo, em regra, as igrejas evangélicas fazerem o bem. Toda sua prática está voltada para a rapinagem e para o mau uso da fé alheia. Volto a dizer: com exceções.
Toda "pregação" que vejo é com o escopo de tirar grana dos pobres. A maioria das igrejas promove até curso para ensinar técnicas de rapinagem. É um verdadeiro escândalo.
Na "Marcha para Jesus" (sic), Bolsonaro, o misantropo, faz gesto de arma, ombreado por um casal de pastores presos com dinheiro sem origem justificável. Ora, o que esperar de um palanque com tanta gente "boa"? Roubo e arma caminham juntos, mesmo.
Concluo louvando os homens e mulheres de boa-fé que acreditam em seu deus e dele seguem seus ensinamentos de paz e honestidade.
*Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.