Segundo cientistas, a temperatura da região não é propícia para esse tipo de reação atmosférica — mas condições climáticas este ano provocaram o fenômeno
Um novo buraco na camada de ozônio foi detectado, desta vez no Ártico, segundo um artigo publicado no último dia 27 de março na revista Nature. O fenômeno é o maior já registrado na região, mas ao que tudo indica, está se recuperando rapidamente.
O ozônio é um gás que compõe a atmosfera e tem como função filtrar a radiação ultravioleta, nociva aos seres vivos. Todos os anos, na Antártica, o frio extremo faz com que nuvens de alta altitude se formem no Polo Sul. Componentes químicos como cloro e bromo, resíduos de atividades industriais humanas, reagem na superfície dessas nuvens e "comem" a camada de ozônio, situada entre 10 km e 50 km acima do solo.
Só que, no Ártico, essas condições atmosféricas são mais raras, porque lá as temperaturas variam mais (entre quente e frio) e essa destruição do ozônio acaba não acontecendo. Mas, de acordo com o artigo da Nature, em 2020, ventos vindos do oeste prenderam ar frio sobre o ártico em um vórtice polar (um ciclone), permitindo que nuvens se formassem e propiciassem, assim, as reações que levam à destruição da camada de ozônio.
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Pesquisadores que monitoram frequentemente esse fenômeno com balões atmosféricos registraram uma queda de até 90% na quantidade de ozônio no fim de março. Geralmente, eles registram cerca de 3,5 partes por milhão (ppm) de ozônio, agora eles constataram apenas 0,3.
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"O buraco no ozônio do Ártico não é uma ameaça à saúde porque está localizado sobre áreas de alta latitude que são pouco povoadas", disse Markus Rex, cientista atmosférico do Instituto Alfred Wegener, à revista Nature. Além disso, as temperaturas começam a subir com o fim do inverno, dissolvendo o vórtice polar e recuperando a camada.
Fotos: Reprodução
Galileu