VOÇÊ SABIA? Exercícios físicos e ciclo menstrual: sincronia pode otimizar os benefícios. VEJA

Você nota diferença na sua disposição física - principalmente na hora de fazer exercícios - ao longo do seu ciclo menstrual? Segundo Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU, é normal perceber mudanças a cada fase do ciclo. "Todos os meses o corpo feminino passa por uma série de alterações, causadas pelas diferentes flutuações nos níveis hormonais, e que impactam diretamente na disposição nossa física e mental.

Logo, é comum que a mulher se sinta mais ou menos disposta para realizar certas atividades em períodos específicos do mês, principalmente quando se trata de exercícios físicos”, explica.

De acordo com a especialista, adaptar os exercícios para cada fase do ciclo menstrual pode ser a estratégia ideal não só para tornar a prática mais prazerosa, mas também para potencializar os resultados da atividade física. A seguir, saiba mais sobre o que contece com o organismo durante todo o ciclo menstrual e quais os melhores tipos de exercícios para serem realizados em cada fase.

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Período menstrual ou folicular

Iniciado no primeiro dia de sangramento, dura até que o fluxo cesse por completo - o que leva, em média, 6 dias -, o período menstrual, também conhecido como período folicular, é o momento em que o útero elimina o endométrio. “Nessa fase, os níveis de progesterona e estrogênio são baixos e a mulher pode apresentar uma série de sintomas devido à eliminação do endométrio, como cansaço e cólicas, o que pode torná-la indisposta fisicamente. Por isso, o ideal é optar por treinos mais leves e diminuir consideravelmente a carga de exercícios. No entanto, é importante não deixar de realizá-los, pois o hábito ajuda, inclusive, na diminuição do desconforto abdominal", afirma.

Período pós-menstrual

Após a menstruação, segundo a especialista, o corpo tende a se tornar mais disposto para realizar atividades rotineiras e praticar exercícios físicos. “Isso porque o período pós-menstrual, que tende a durar, em média, seis dias, é caracterizado pelo aumento na produção de estrogênio e na liberação de noradrenalina, hormônios que melhoram a motivação e, consequentemente, o desempenho durante as atividades físicas”, explica. Nessa fase, vale aproveitar essa fase para realizar exercícios mais intensos, como treinos de força e resistência aeróbica, incluindo corrida e musculação.

Período ovulatório

A fase da ovulação também é conhecida como período fértil, pois é quando os ovários liberam os óvulos para as trompas uterinas. “Nessa fase, que leva, geralmente, dez dias ficamos mais propensas a engravidar, e, por isso o organismo inverte a produção de hormônios, aumentando a liberação de progesterona e reduzindo os níveis de estrogênio. Como resultado, a mulher pode sofrer com uma queda na força e concentração, mas ainda se sente bem disposta e energética, apresentando até mesmo uma melhora na libido”, diz a ginecologista. Apesar da diminuição da resistência, é possível continuar com as atividades físicas praticadas durante o período pós-menstrual, apenas diminuindo a carga e a intensidade.

Período lúteo ou TPM

Fotos: Reproduções

A fase lútea é popularmente conhecida como a TPM e marcando o fim do ciclo menstrual. "Em geral, dura cerca de seis dias, iniciando-se quando o organismo percebe que o óvulo não foi fecundado e então passa a recuperar toda a energia gastada durante o processo para recomeçá-lo novamente", diz. Segundo a média, durante esse período ocorre uma redução significativa nos níveis de progesterona e a mulher pode sofrer com uma série de sintomas, incluindo irritabilidade, cansaço, dor nos seios, dor de cabeça, retenção de líquido, prisão de ventre e desânimo. "Dessa forma, é comum sentir-se desmotivada para praticar exercícios.

Mas, ainda assim, as atividades físicas não devem ser deixadas de lado, pois ajudam na recuperação do organismo. O ideal então é apostar na prática moderada de exercícios mais tranquilos, de preferência que ajudem no bem-estar físico e mental, como a yoga”, aconselha.

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Por fim, Eloisa ressalta que, apesar de geralmente um ciclo menstrual durar 28 dias, esse período pode variar de mulher para mulher. Além disso, cada fase do ciclo menstrual pode afetar cada pessoa de uma maneira diferente. “Por isso, é importante que a mulher acompanhe seu ciclo menstrual e preste atenção aos sinais que o organismo oferece, respeitando as necessidades e limites do próprio corpo. Lembre-se também de consultar regularmente um ginecologista, já que, além de dar dicas para tornar todo o processo mais tranquilo, ele será capaz de identificar qualquer possível alteração no ciclo menstrual que possa estar afetando seu bem-estar e sua rotina”, finaliza.

Marie Claire