28 de Abril de 2024 - Ano 10
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20/02/2019

'Carlos Bolsonaro fez macumba psicológica na cabeça do pai', diz Bebianno

Foto: Reprodução

Em entrevista, ex-ministro afirma que foi demitido por Carlos Bolsonaro

Um dia depois de ser demitido por Jair Bolsonaro , o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, atacou na terça-feira o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, por considerá-lo o único responsável pela sua saída do governo.

 

Em entrevista à rádio Jovem Pan, ele disse que apesar de o presidente ter seu "respeito, afeto e amor", também "comete deslizes" e "não é perfeito".


— Minha indignação é ter servido como soldado disposto a matar e morrer e no fim da linha ser crucificado e trachado de mentiroso, porque Carlos Bolsonaro fez macumba piscológica na cabeça do pai (...) Eu fui demitido pelo Carlos Bolsonaro. Simples assim. — disse o ex-ministro, afirmando não entender as razões do "ódio" contra ele.


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Para Bebianno, o filho do presidente é uma pessoa com "agressividade acima do normal" e reconhecida entre políticos do Rio como um "destruidor de reputações". Segundo ele, "o presidente precisa dar um basta nisso".

 


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— Tenho certeza de que ele (Carlos) é a pessoa que mais sofre com essa agressividade, esse ódio. A impressão que eu tenho é que ele vive dentro dessa grande caixa de teorias da conspiração contra o pai e sua família. Ele tem que entender que não vamos governar com base no ódio.


E continou:


— O amor é muito mais bonito e mais construtivo. Temos que ter tolerância uns com os outros. Não é por alguém ter pensamento um pouco diferente do seu, que você vai ser agressivo — afirmou, lembrando que na ocasião do atentado contra o então candidato a presidente, Carlos Bolsonaro "chorou compulsivamente" em seu colo.


Bebianno disse que ainda tem "confiança" no presidente Jair Bolsonaro, mas que se sente injustiçado por não ter sido reconhecido o papel do PSL em sua eleição.


— Ayrton Senna não teria se tornado campeão do mundo se não tivesse tido um carro para correr. As pessoas esquecem que não dá para digitar o nome Bol-so-na-ro na urna, escrever "M", "I", de mito, tem que digitar um numero 17. (O PSL) foi o veículo pelo qual foi viabilizada a eleição do nosso presidente. Não se pode esquecer as regras do jogo, cuspir no prato que comeu — criticou.


O ex-ministro disse sentir no olhar "o afeto do presidente", e crer que durante sua internação para retirada de uma bolsa de colostomia, as informações chegaram a ele "de forma truncada".


— Como soldado leal, sempre estive do lado do meu presidente. Jair Bolsonaro tem meu respeito, meu afeto, tem meu amor, porque não dizer? Mas, como ser humano normal, ele não é perfeito, comete deslizes aqui e ali.

 

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Áudios revelados


Nesta terça, áudios divulgados pela revista "Veja" mostraram que Bebianno disse a Bolsonaro que ele estava "envenenado", numa referência às críticas públicas de seu filho Carlos.


O desgaste iniciado pelas suspeitas de candidaturas laranjas no PSL virou confronto aberto no governo depois que Carlos acusou Bebianno de mentir ao dizer que havia conversado com o presidente na última quarta-feira. A acusação foi validada por Bolsonaro, e agora desmentida pelos áudios.


Naquele dia, Bebianno havia dito ao GLOBO que trocou mensagens pelo aplicativo WhatsApp com o presidente , o que agora ficou comprovado pela divulgação das mensagens.


Além de reclamar que Bolsonaro está "envenenado", Bebianno acusa o atual presidente do PSL, Luciano Bivar, de ser o responsável pelas candidaturas laranjas do partido em Pernambuco.


Na entrevista à Jovem Pan, nesta terde, Bebianno voltou a dizer que o "problema estava localizado em Pernambuco".


- O problema estava localizado em Pernambuco. Não havia porque o presidente ou o alguém do Palácio tratar deste assunto lá. (...) É uma questão de competência legal.


Mas, dessa vez ele afirmou não acreditar que Bivar tivesse cometido irregularidades, por considerar se tratar de um "empresário bem-sucedido", e não "alguém interessado a sangrar o partido em benefício próprio"


O ex-ministro disse ter mandado uma carta a generais do governo com suas explicações sobre as acusações sobre o uso de laranjas nas campanhas do PSL. Para ele, "leram aquilo, compreenderam a situação, viram de início que a explicação era muito consistente, não havia problema algum".


Ele encerrou a entrevista dizendo estar com muita "dor no coração" e pediu a Carlos Bolsonaro que reflita sobre as consequências de seus atos:
- Ainda estou catando os pedaços de mim.

 

OUÇA OS ÁUDIOS

 

 

O Globo

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