Por Antônio Zacarias - A firme, rápida e corajosa decisão do governador José Melo em exonerar o até então todo poderoso secretário Thomaz Vasconcelos deixou claro que Melo não teme "dossiês" nem "arquivos secretos" contra si, seu governo nem aliados e auxiliares.
Ao contrário, agora, longe dos domínios das informações da SEAI, o ex-secretario se transformou em pessoa vulnerável à ação da Justiça, e, por isso mesmo, pessoa ousada contra os que tentantem lhe alcançar.
A morte do delegado Oscar Cardoso, por exemplo, executado em plena luz do dia, e outras execuções com o ar de pistolagem oficial, podem surgir e emprestar uma nova coloração à atuação sempre polêmica do órgão criado no Governo Eduardo Braga.
A Secretaria de Inteligência, sempre conduzida por Thomaz Vasconcelos, atuou, todos esses anos, como uma agência de informação e nunca como secretaria de apoio e colaboração às investigações criminais.
Esse modelo de "fiscalização" criado pelo governo Braga fez algumas vítimas. O áudio onde a deputada federal rebecca Garcia, atual candidata a vice governadora na chapa Experiência e Renovação, é gravada em conversa picante com o então secretário de governo, Ari Moutinho filho, é debitada na conta do SNI particular do ex-governador Braga.
A criação de uma pensão vitalícia para Thomaz aprovada por Braga na Assembleia Legislativa e hoje sendo discutida no Supremo Tribunal Federal, demonstra o cuidado ou o temor que o senador tem com a sua criatura.
A duvidosa aprovação do ex-secretário e de mais quatro pessoas ligadas às autoridades da segurança pública, caso conhecido e denunciado pela imprensa como "quinteto fantástico", lança forte suspeita sobre a sua real capacidade intelectual.
Num quesito a secretaria dirigida por Thomaz Vasconcelos ganhou nota 10, nesses anos: desconfiança. Nenhum secretário, político, advogado, confia na isenção e seriedade do trabalho da inteligência do Amazonas. Caberá ao governador José Melo decidir o que quer de um ógão dessa importância. Recriar ou simplesmente extinguir?
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