26 de Abril de 2024 - Ano 10
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24/11/2014

Polícia em MG prende quadrilha suspeita de fraudar Enem e vestibulares

Foto: Reprodução / TV Globo

'Hemostase II' prendeu 33 pessoas em BH, durante a realização de prova. Investigação também ocorre em Teófilo Otoni (MG) e no Guarujá (SP)

Uma quadrilha suspeita de venda de vagas em vestibulares foi presa em Belo Horizonte, conforme informou a Polícia Civil nesta segunda-feira (24). De acordo com a corporação, 33 pessoas foram detidas neste domingo (23), durante a realização do processo seletivo na Faculdade de Ciências Médicas, na capital mineira. Nesta manhã, equipes de investigadores fazem diligências em outras duas cidades de Minas e São Paulo.

 

Segundo a Polícia Civil, o trabalho de investigação já durava oito meses e desbaratou a organização criminosa especializada em fraudar vestibulares de medicina e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), especialmente com a venda de vagas a um custo que variava de R$ 70 mil a R$ 200 mil. A corporação informou que foram apreendidos cadernos de provas do Enem, gabaritos e comprovantes de depósitos.

 

Foto: Reprodução / TV Globo

 

"Nós encontramos aqui materiais envolvidos com a fraude, cadernos do Enem, uma grande quantidade de materiais que sinalizam para este tipo de fraude", disse o delegado Jeferson Botelho, que é superintendente de Investigação e Polícia Judiciária de Minas.

 

A operação, batizada de Hemostase II, tem a participação do Ministério Público de Minas Gerais. Os detidos foram conduzidos para a sede uma promotoria em Belo Horizonte, no bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul, onde prestam depoimento desde a madrugada desta segunda (24). No fim da manhã, duas foram liberadas.

 


Operação Hemostase II apreendeu carros de luxo, em Belo Horizonte. (Foto: Alex Araújo/G1)

 

A polícia informou que o grupo detido inclui 11 integrantes da quadrilha e 22 candidatos que faziam a prova. A investigação aponta que a quadrilha era chefiada por dois mineiros: Áureo Moura Ferreira, que mora em Teófilo Otoni, e Carlos Roberto Leite Lobo, empresário que reside em Guarujá. Um policial civil de Governador Valadares, na Região Leste de MG, também está preso.

 

"Com relação aos meus clientes, não serão soltos. Todos estão com prisão temporária decretada por cinco dias. Não se sabe se vai haver uma renovação deste pedido ou se vai haver prisão preventiva para um caso desses que são supostos chefe da situação", disse o advogado Délio Granda, que representa os suspeitos de comandar o esquema.

 

Apreensões foram feitas em Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha, e no Guarujá, no litoral paulista. Segundo a Polícia Civil, os itens são carros de luxo, dinheiro e documentos comprobatórios da fraude, como gabaritos de provas da quadrilha. A quantidade ainda não foi divulgada.

 

 

A polícia detalhou o modo como o grupo agia. Na fraude, pessoas faziam parte das provas rapidamente, saiam com os resultados das questões e repassavam para os candidatos compradores das vagas por meio de transmissão eletrônica. Os equipamentos incluíam micropontos eletrônicos e um moderno sistema de transmissão de dados, que teria sido adquirido por 200 mil dólares.

 

A Faculdade de Ciências Médicas afirmou que, ao ser informada da suspeita pela Polícia Civil, deu abertura para que a investigação prosseguisse. Ainda segundo a instituição, desde o início do processo seletivo neste domingo (23), havia policiais no campus e houve empenho para manter a integridade do vestibular. A faculdade afirma também que, até o momento, não houve prejuízo para o processo seletivo, não havendo motivo para o cancelamento. Os candidatos já identificados pela polícia vão ser excluídos, conforme previsão edital.

 

Hemostase I


Em dezembro de 2013, durante a Operação Hemostase I, a Polícia Civil já havia desarticulado uma quadrilha que fraudava vestibulares de medicina em instituições particulares. Na ocasião, 21 suspeitos – entre estudantes, médicos e empresários – foram presos e tiveram os bens bloqueados. Ao todo, segundo a corporação, 36 pessoas foram indiciadas. Como na época foram levantados indícios de fraude no Enem, o caso foi repassado para a Polícia Federal.

 

Fonte: G1

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