O corpo "surta" quando o sistema imunológico começa a entender que uma substância inofensiva representa perigo real.
Imagine que o sistema imunológico é como uma fronteira entre países. Os “agentes de imigração” são os leucócitos.
Para liberar ou bloquear a passagem de algum invasor, essas células checam uma lista de aprovados, que está no próprio código genético delas.
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Se o intruso não estiver lá, soam os alarmes: surgem células “combatentes” da invasão, como linfócitos Th2 e anticorpos.
Xenofobia e paranoia
O objetivo desse rigoroso controle é impedir que vírus, bactérias e outros elementos nocivos entrem no nosso corpo.
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Mas, às vezes, os leucócitos são “preconceituosos” e reagem exageradamente a substâncias que não fazem mal, como pólen, amendoim ou látex, só para citar alguns dos alérgenos (causadores de alergia) mais comuns.
Comandos em ação
A reação excessiva dos leucócitos causa o maior reboliço. Um tipo específico de anticorpo, a imunoglobulina E (IgE), fica encarregado de expulsar o “imigrante ilegal”.
Para isso, se une aos mastócitos, que são células presentes em vários tecidos conjuntivos do nosso corpo, como as mucosas, o sangue, os pulmões etc. Essa “parceria” acaba liberando uma substância chamada histamina.
O bem que faz mal
Quando gerada sem necessidade real, é a histamina que acaba causando todos aqueles sintomas alérgicos mais comuns, como espirros, coceiras ou inchaços.
Eles são facilmente medicáveis, mas tem outro que pode ser fatal: a obstrução das vias respiratórias (choque anafilático).
Fotos: Thiago Neumann
Para evitá-la, o alérgico em crise precisa de uma injeção urgente de anti-histamínico.
Chega de sabonete!
Hoje, 30% das pessoas sofrem algum tipo de alergia. Alguns estudos acreditam que essa porcentagem aumentou conforme a humanidade foi adquirindo mais hábitos de higiene.
Segundo o epidemiologista britânico David Strachan, o excesso de limpeza, especialmente na infância, impede o organismo de, aos poucos, ir se preparando contra futuros invasores. A hipótese de Strachan é polêmica, porque minimiza a importância de fatores genéticos no desenvolvimento de alergias.
Mundo Estranho