28 de Abril de 2024 - Ano 10
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20/12/2018

Armas de fogo causaram 15% das mortes de crianças e adolescentes nos EUA, diz estudo

Foto: Reprodução

O relatório elenca as dez principais causas para as 20.360 mortes de crianças e adolescentes no país em 2016

Um estudo da Universidade de Michigan mostrou que mais de três mil crianças e adolescentes morreram baleados nos Estados Unidos em 2016. Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira no New England Journal of Medicine, os incidentes com arma de fogo representaram 15,4% das mortes de todos os americanos com idade entre 1 e 19 anos naquele ano e um quarto dos jovens mortos por ferimentos de qualquer natureza.


O relatório elenca as dez principais causas para as 20.360 mortes de crianças e adolescentes no país em 2016. No ano estudado, 1.865 jovens foram assassinados a tiros, enquanto 1.852 morreram por defeitos congênitos, doenças cardíacas ou respiratórias crônicas.


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Outros 1.102 jovens tiraram a própria vida com armas, metade dos que se suicidaram naqueles 12 meses. Os acidentes com armas vitimaram 126 pequenos, o que representou 26% das mortes de pessoas de 1 a 9 anos e 3% entre os que tinham de 10 e 19 anos.

 

Os autores rechaçam o uso do termo "acidente" por considerarem que os pais devem interpretar tantas mortes como um fenômeno social passível de prevenção.


Segundo o estudo, o número de mortes de crianças e adolescentes atribuídas a armas de fogo chegou a 3.143 e gerou 70% a mais de famílias em luto que, por exemplo, o câncer pediátrico, com 1.853 vítimas no período. Foi a segunda principal causa da mortalidade jovem, atrás apenas das batidas de veículos automotores, que tiraram a vida de 4.074 pessoas nessa faixa etária.


Os autores da pesquisa indicam que houve aumento em mortes no trânsito desde 2013, mas aprimoramentos de equipamentos de segurança e campanhas contra a condução sob efeito de álcool levaram a taxa à metade da de 1999. A distração com telefones celulares, porém, fez o número crescer.

 

Já os casos de ferimento fatal com arma de fogo hoje se aproximam dos dados apurados há 20 anos — em 2016, a diferença para o número de jovens mortos baleados de 1999 foi de menos de 10%.


O levantamento ainda destaca que a mortalidade por uso de armas de fogo nos Estados Unidos é 36 vezes superior à de outros 12 países de alta renda. Croácia, Lituânia e Suécia foram as nações que mais se aproximaram dos dados americanos, mas ainda assim ficaram cerca de 20 vezes abaixo de Washington, onde, de 2013 a 2016, ao dado de jovens mortos baleados subiu 28%.

 

Manifestações tomaram várias cidades dos EUA após massacre

em escola na Flórida (Foto: Chip Somodevilla / AFP)


A apuração da Universidade de Michigan aponta a disparidade racial nas mortes de jovens a tiros. Disparos de armas de fogo foram o principal motivo fatal entre crianças e adolescentes negros, em 2016 — 3,7 vezes mais que a taxa para jovens americanos brancos. De acordo com o estudo, um em cada três lares do país com moradores de menos de 18 anos tem armas. Em 43% deles, o armamento tem livre acesso e fica o tempo todo carregado.


"Crianças nos Estados Unidos estão morrendo e sendo mortas em taxas vergonhosas", ressaltou o editor-executivo do New England Journal of Medicine, Edward W. Campion, em editorial acoplado ao estudo, no qual considera a mortalidade jovem "um crime contra a natureza". "Os Estados Unidos claramente não estão protegendo seus jovens efetivamente."

 

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O estudo aponta progressos do governo americano no combate à mortalidade de crianças e adolescentes. Os pesquisadores exaltaram o papel de cercas de piscinas na redução de afogamentos e de detectores de fumaça no decréscimo de vítimas jovens de incêndios.

 

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