Seremos o segundo Estado do país a oferecê-lo, uma decisão histórica”, enfatizou a médica
A coleta de amostras no colo uterino para o exame acontece da mesma forma que no papanicolaou. A mudança é no processamento. Com o método da citologia em meio líquido, o material colhido é processado em um aparelho que separa as células de mucos vaginais e sangue. Essa seleção aumenta as possibilidades de acerto na pesquisa de lesões no colo do útero.
“Com esse tipo de preventivo, os chamados artefatos, que são sangue e outras secreções, tão comuns no exame, são eliminados. Esses artefatos causam exames falso-negativos ou insatisfatórios. Com a citologia em meio líquido, 100% das células são aproveitadas para o exame ao contrário do papanicolaou convencional, que só apresenta 20% dessas células”, explica a ginecologista Mônica Bandeira, especialista em câncer de colo uterino da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon).
Enquanto o papanicolaou tem algo em torno de 50% de precisão, a citologia em meio líquido apresenta, em média, 80% de sensibilidade. “A coleta é feita da mesma forma, não há diferença para a mulher. A mudança é a alta tecnológica. A citologia em meio líquido é um exame de melhor qualidade usado no mundo inteiro há mais de 20 anos, em laboratórios particulares, através de convênios, mas não disponibilizam no SUS. Seremos o segundo Estado do país a oferecê-lo, uma decisão histórica”, enfatizou a médica.
Imunização contra o HPV
A melhora nos métodos de rastreio é uma ferramenta fundamental para prevenir o câncer no colo uterino. O Estado implantou de forma pioneira a imunização de meninas contra o HPV, vírus causador da doença. Este ano, a vacina será oferecida aos meninos, imunizando mais de 80 mil crianças e adolescentes. “Esse exame representa melhoria do rastreio do câncer de colo do útero, alcançando exatamente as mulheres que tem mais obstáculos e dificuldades em realizar o seu preventivo”, acrescentou Mônica Bandeira.
Fotos: Ismael Neves / FPS
Os exames realizados durante os atendimentos do barco PAI ‘Todos pela Vida’ serão encaminhados à Manaus para laudo. Nos casos em que houver alteração, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) vai providenciar o tratamento imediato, afirmou a secretária de saúde, Mercedes Gomes.