Imóvel abandonado que abrigou consulado agora é pousada de viciados e do Aedes aegypti
Enquanto a Prefeitura de Manaus e o Governo do Estado unem os esforços para sensibilizar e conscientizar o cidadão sobre os riscos de permitir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, certos donos de imóveis na capital Manaus vão na contramão. É o caso de um prédio abandonado na rua Marciano Armond (antiga Belém), na Cachoeirinha, zona Sul, onde há muito tempo funcionou o consulado de Portugal.
Ainda hoje, quarta-feira (23), os fiscais da saúde pública devem bater no local, que é, sem sombra de dúvida, um dos maiores criadouros do mosquito causador de dengue, chikingunya, microcefalia e outras zikas.
Avaliado em R$ 7 milhões, com placa de venda, o imenso terreno onde está tomado pelo mato, pelo lixo, por restos de animais, por drogados e, principalmente, por inúmeras poças de água. A laje, com a cobertura destruída, é o principal foco.
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Vizinhos do prédio abandonado já não suportam o forte odor desagradável de fezes, urina, drogas e tudo é que porcaria que exala do terreno. Cansado de esperar por uma providência do poder público, resolveram denunciar ao PORTAL DO ZACARIAS, que imediatamente mandou sua equipe de reportagem para investigar a situação.
Eduardo Frota e o cenário com o qual já não aguenta conviver
(Fotos: Robert Walton / Portal do Zacarias)
Além disso, é visível até da rua perceber que o imóvel apresenta infiltrações na laje e nas paredes. O encanamento da água que vem da rua está com vazamentos que desperdiça água as 24 horas do dia, sabe-se lá por quanto tempo. Nesse período de chuva que está só iniciando, todo o prédio está alagado, informou um viciado em drogas que fez do local sua pousada.
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De acordo com o despachante Eduardo Frota, de 53 anos, morador de condomínio vizinho ao local, quem reside ou trabalha nas proximidades já está no limite de suportamento desse descaso e teme que as pessoas venham a sofrer doenças.
“Há quase um ano essa casa está abandonada. Marginais entram a noite para usar drogas, já roubaram todo o telhado e as caixas de água estão sem tampas, facilitando a proliferação do mosquito da dengue. Estão tentando vender, mas ainda não conseguiram. Não suportamos mais essa situação e vários moradores do condomínio já ficaram doentes”, denunciou Frota.
Prefeitura usa drones para localizar focos
É bem possível que o drone eMonitoramentoSemsa, utilizado pela Prefeitura de Manaus para identificar locais de proliferação do mosquito, já tenha passado pelo prédio da antiga Belém. Afinal, o estado de abandona chama a atenção de todos e várias denúncias já foram feitas.
A prefeitura anuncia que equipes de vigilância da Secretaria de Saúde (Semsa) vão fiscalizar esses locais identificados, começando pela avenida Eduardo Ribeiro, no Centro.
O prefeito Arthur Neto exige que a Semsa dê uma resposta convincente a todas as denúncias feitas pelo cidadão. Para isso investiu nesse sistema inovador de captação de imagens aéreas para responsabilizar e cobrar providências imediatas dos donos de imóveis, sob pena de aplicar multas de até R$ 30 mil.
Vista áerea do terreno em que o mato toma conta (Divulgação / Leitor)