Enquanto pais confundem com versões contraditórias, já nem se fala do bebê sumido

“Você vai se lascar”. Essa teria sido a promessa de Cleudes Maria Batista de Moraes, de 22 anos, ao ex-companheiro e canoeiro Josias de Oliveira Alves, de 30 anos, pai do bebê de quatro meses que teria sido jogado nas águas do rio Negro no último dia 14. O corpo não foi encontrado. Suspeito do crime, Josias ficou sete dias escondido embaixo de ponte no bairro São Raimundo, na Zona Oeste, e mesmo com a prisão preventiva decretada, só se entregou à polícia na tarde de ontem (21).

Ao delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ivo Martins, o canoeiro contou uma versão bem diferente da fornecida pela mãe da criança, que o responsabiliza por jogar o bebê nas águas durante uma briga quando atravessam o rio na noite de sexta-feira. De acordo com ele, quem atirou o menino Pablo Pietro no rio foi a própria mãe, que "é uma pessoa agressiva, além de ser usuária de drogas".

Irmã do canoeiro, Josi de Oliveira foi à delegacia reforçar as acusações contra a ex-cunhada, que seria uma mulher muito agressiva e que já havia ameaçado Josias várias vezes. “Ela já tinha dito que ia lascar a vida dele. Só não imaginamos que chegaria ao ponto que chegou”, disse.

Versão de Josias acrescenta outros detalhes

Segundo um dos advogados do suspeito, Wagner Amâncio, Josias contou ao delegado que Cleudes é usuária de drogas e poderia estar possivelmente sob os efeitos de entorpecentes quando ocorreu o fato, já que a ex-companheira estava descontrolada e teria tentado jogar o filho no rio por duas vezes antes de consumar o ato.

Amâncio explicou também que o cliente tentou salvar a criança, porém foi agredido pela ex-companheira e ameaçado por ela com uma faca. Ainda segundo o advogado de Josias, após o ocorrido e quando deixava Cleudes no porto de São Raimundo, quatro homens lhe agrediram e tentaram matá-lo, só não conseguindo porque ele se jogou no rio e se escondeu.