Zagallo, Parreira e Dunga fazem parte do Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro na CBF.
A reformulação do futebol brasileiro deve começar por baixo. Essa foi a conclusão da primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro na CBF. A reconstrução do modelo de condução e formação de jogadores na base dos clubes e da seleção brasileira é o primeiro passo para reerguer um prédio em "escombros", que é a equipe principal dirigida por Dunga.
Participaram da reunião, além de Dunga, os ex-técnicos campeões do mundo Carlos Alberto Parreira e Zagallo, Paulo Roberto Falcão, Sebastião Lazaroni, Candinho, Carlos Alberto Silva, que já dirigiram a seleção. Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF, foi quem deu a diretriz de qual conselho será empregado pela entidade em curto prazo. O objetivo é resgatar as raízes do futebol brasileiro.
- Vamos capacitar toda a base do futebol brasileiro a curto prazo. Isso implica em convidar pessoas capacitadas para trabalhar e melhorar esse ambiente de formação. Temos história e tradição e, por isso, temos que voltar às raízes do futebol brasileiro - disse Gilmar.
Ao seu lado, Dunga concordou com a ideia de uma volta às raízes. Mas até que esse resgate chegue no topo da pirâmide, é pela base que o trabalho será feito.
- Não se recupera um prédio pelo topo, antes de dar sustentação à base. É claro que queremos voltar às raízes do nosso futebol, mas isso tem que vir de baixo - declarou Dunga, que reluta em convidar um técnico ou outro tipo de profissional que lida com futebol que não seja brasileiro:
- Precisamos decidir se queremos resgatar as nossa origens ou importar alguma coisa lá de fora. Não podemos ceder aos modismos.
A regulamentação dos campeonatos da CBF para dar mais apoio aos jovens jogadores também foi discutida. Uma proposta de Candinho prevê a obrigação de quatro ou cinco jogadores de cada time da Série B terem uma idade máxima não especificada.
- Hoje, na Série B, só há jogadores de 30 anos ou mais. Temos que abrir espaço para os mais jovens e isso poderá ser feito já em 2016 - explicou Candinho.
Parreira também reivindicou a criação de um mecanismo que protege os clubes brasileiros do êxodo precoce dos jogadores.
- O Kenedy e o Gérson, do Fluminense, por exemplo... Já estão distantes do clube. O Falcão e o Zico só foram para a Itália com 27 / 28 anos. Agora, estão saindo cada vez mais cedo e não dá para criticá-los, porque precisam do dinheiro muitas vezes para sustentar a família - declarou Parreira.
Fonte: O Globo