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15/01/2017

Latino-Americano de golfe termina com empate triplo, 'prorrogação' e Brasil longe da ponta

Foto: Enrique Berardi/LAAC

Brasileiros mostram irregularidade. Toto Gana (CHI), de 19 anos, leva o título

Se não foi o final dos sonhos, ao menos sobrou aprendizado para os jovens golfistas brasileiros que disputaram o Latino-Americano amador (LAAC) no Panamá. Gustavo Chuang, Herik Machado, Pedro Nagayama e Marcos Negrini tiveram desempenho irregular e terminaram o domingo longe da liderança. O título ficou com o chileno Toto Gana, de 19 anos, após um empate triplo e duas 'prorrogações'.

 

Gana liderava o campeonato até o último buraco e teve a tacada do título, mas viu a bola beliscar a borda e não cair. Com isso, precisou de uma tacada a mais para fechar a rodada final e deixou seu compatriota Joaquin Niemann e o mexicano Alvaro Ortiz empatarem na ponta.

 

A disputa foi para o playoff, uma espécie de prorrogação, com os três jogando novamente o buraco 18. Ortiz ficou muito perto de fechar com uma tacada a menos e levar o título. Mas, assim como Gana, não teve sorte: no lance decisivo, viu a bola percorrer a borda do buraco e não entrar. O empate triplo se manteve, e os três tiveram que jogar mais um buraco. Gana, que tinha ficado a ponto da eliminação no primeiro playoff, mostrou equilíbrio emocional na segunda prorrogação e, com um desempenho preciso, foi o único a conseguir acertar o buraco 10 em apenas três tacadas.

 

Com o título do Latino-Americano, que contava com 108 atletas de 27 países — 52 disputaram a fase final —, o jovem Gana, nº 285 no ranking mundial amador, recebe um convite para jogar o Masters, nos EUA, um dos principais torneios profissionais do mundo do golfe.

 

— Estou muito feliz. Há dois dias, eu não era nada. Agora, estou me preparando para jogar o Masters — disse Gana ao receber o troféu.

 

Brasil inconstante

 

O título de Gana reflete a força chilena no contexto do golfe latino-americano. Na primeira edição do LAAC, em 2015, o título também havia ficado com o Chile — Matias Dominguez foi o vencedor na ocasião. Niemann, derrotado por Gana neste ano, já havia brigado até o fim pelo título em 2016, quando acabou superado pela surpresa Paul Chaplet, da Costa Rica.

 

Para o diretor-técnico da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), Nico Barcellos, os brasileiros têm condição de bater de frente com os vencedores do Latino-Americano. O que falta, na opinião de Barcellos, é a confiança de que podem jogar no mesmo nível de atletas de países como o Chile, cujos amadores participam com frequência de circuitos profissionais disputados no país — etapa de amadurecimento técnico e emocional pouco factível no Brasil, em que os circuitos são raros e pouco atraentes para amadores.

 

- Todos os nossos rapazes batem tão bem quanto os caras que ficaram lá em cima. É possível que, pela dimensão do torneio, tenham sentido um pouco a pressão. Eles jogam melhor do que mostraram aqui. - avaliou o diretor-técnico da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), Nico Barcellos. - É um aprendizado importante para eles. Esse torneio é uma escola para quem quer virar profissional.

 

Chuang é o melhor brasileiro

 

Tendo que ir para o tudo ou nada no último dia, os brasileiros acabarem alternando bons e maus momentos. Chuang, de 23 anos, foi o que menos variou neste domingo: depois de começar com três "boggies" (quando o golfista precisa de uma tacada a mais que o necessário), o gaúcho fez o dever de casa nos buracos restantes e terminou o torneio como o melhor brasileiro, em 26º.

 

Herik Machado, que chegou a ser vice-líder do Latino-Americano antes da fase final, voltou a mostrar inconstância e ficou oito tacadas acima da média estipulada do campo. Com o resultado, terminou o campeonato na 38ª colocação.

 

Pedro Nagayama e Marcos Negrini, que assim como Machado variaram de "birdies" (uma tacada a menos) para "boggies" e até "double boggies" (duas tacadas a mais que o estipulado para o buraco), terminaram na 40ª e 43ª posições, respectivamente. Para o técnico Nico Barcellos, embora os resultados tenham ficado aquém do que poderiam alcançar, a experiência foi proveitosa.

 

— Há neste torneio alguns golfistas que já foram profissionais e voltaram a ser amadores. Esses caras tem um jeito diferente de andar, de se comportar, bater na bola, e os rapazes observaram tudo isso. Tenho certeza que eles puderam aproveitar ao máximo — garante Barcellos.

 

Chuang, Machado, Nagayama e Daniel Ishii, que não avançou à fase decisiva do LAAC, disputam a partir de quinta-feira (19) o Sul-Americano de golfe amador, na Argentina.

 

O Globo

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