Mônica Martelli conta que precisou de anos para superar o fim de seu casamento. Mas ela conseguiu! A comédia Minha Vida em Marte, de sua autoria e que está estreando no Rio, fala exatamente sobre esse tema. E é o símbolo de sua volta por cima
Entre uma prova e outra do figurino da peça Minha Vida em Marte, Mônica Martelli conta a Quem que está curada da dor da separação de seu primeiro marido, pai de sua filha Júlia, de 7 anos, e agora consegue tratar do tema até mesmo no palco.
A comédia, que estreia na sexta-feira (19), no Rio, é a sequência do sucesso Os Homens São de Marte... E é Pra Lá Que Eu Vou.
A atriz e apresentadora do Saia Justa, do GNT, que acaba de completar 49 anos, fala do momento feliz com seu novo namorado, o empresário Marcelo Augusto dos Santos, de 42.
Como a personagem Fernanda, de Os Homens São de Marte..., reaparece em sua nova peça?
Agora, ela está casada, tem uma filha de 5 anos e passa por uma crise no casamento. Ela volta para a terapia de grupo porque não quer se separar. Fui casada durante dez anos (com o produtor musical Jerry Marques) e percebi esse movimento, esse ciclo de fases boas e ruins. Todo mundo passa por isso. Ninguém quer que a relação termine.
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Por que demorou 12 anos para fazer outro espetáculo?
Precisava do distanciamento da dor para escrever sobre separação com humor, sem rancor. Depois que a gente se separa ainda fica aquela mágoa. O divórcio, o rompimento, eu considero uma das maiores dores da vida adulta. A separação é a morte. Muitos laços unem um casal, não é apenas dormir junto. Só em 2015, depois de três anos separada, comecei a escrever a peça. Me senti curada.
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Você namora o empresário Marcelo Augusto dos Santos há quatro meses. Já faz planos?
Faço planos com uma semana de namoro. Ninguém pode se guiar por mim (risos). Mas, quando estou vivendo o amor, acho que é o mais forte, que vai ser para sempre... E acho isso natural; esse desejo, essa fé, são reais.
Ele mora em São Paulo. Como lida com a distância?
Está sendo maravilhoso. A gente só se vê na paixão, na saudade... Morar em cidades diferentes é ótimo, no início. Depois, pode ser que não seja mais tão bom. Mas quero viver o agora.
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II em outubro. O primeiro longa é de 2014
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A paquera, hoje em dia, está diferente, não acha?
O sentimento de se apaixonar é o mesmo, o que muda é a forma como você conhece a pessoa. Depois dos 45, não rola mais de ir para a balada e conhecer alguém na noite. Você também fica mais exigente. Senti que a gente só conhece outra pessoa quando alguém te apresenta. Com o Marcelo, foi assim.
E os aplicativos de paquera?
Acho que, para mim, não dá. Mas não tenho nada contra. Conheço várias pessoas que estão se encontrando e se casando em redes sociais. Comigo, não rolou ainda. Depois do meu último namoro, que durou três anos, fiquei com vontade de ficar sozinha também, de me desintoxicar. Acho que, entre um homem e outro, tem que se fazer um detox (risos).
Você já foi assediada?
Já! Imagina, com 12 anos, eu saía para a escola e botava um moletom amarrado na cintura porque sabia que iam mexer comigo, de casa até o ponto de ônibus. Naturalmente, a gente tampa a bunda. Fui assediada a vida inteira. Dentro de ônibus, no Carnaval... Infelizmente, não tem mulher que não tenha sido assediada em um país machista como o Brasil.
A atriz não é das mães mais liberais: “Criança se sente mais
amada com limites” (Fotos: Julia Rodrigues)
Como é a relação com a sua filha?
De muita transparência. Tento ser verdadeira dentro do que ela pode ouvir para a sua idade. Digo que não vou poder ir à escola dela, tal dia, porque estou ensaiando, vou estrear uma peça. Tudo é conversado. E ponho limite em casa. A Júlia não pode ver TV durante a semana, só sexta, sábado e domingo. Para poder ler, fazer outras coisas. A criança é mais feliz e se sente mais amada com limites.
Com 49, o que mudou fisicamente?
É claro que o corpo muda, mas sou favorecida. Sou magra, não tenho tendência para engordar e sou vaidosa, eu me cuido. Faço musculação, vou à dermatologista e aplico botox, com moderação.
Faz dieta?
Não. Tem gente que se irrita com pessoas que são magras e dizem que comem tudo. Mas eu como de tudo! Todos os namorados que tive ficavam chocados. Falavam que eu era a mulher que mais comia na vida deles (risos). Tento me alimentar de maneira saudável, de três em três horas. Nunca fico morta de fome.
A Fernanda faz terapia. E você?
Faço há 20 anos e jamais vou parar. Minha terapeuta é proibida de me dar alta (risos). A terapia não vai resolver os problemas, mas é uma lanterna que ilumina todos os buracos. O mundo, para mim, se divide entre quem faz e quem não faz terapia.
Revista Quem