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16/10/2017

Praia da Macumba lembra cenário de guerra e prefeitura promete, enfim, intervir

Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Orla da praia da Macumba desaba com o efeito das ondas

O afundamento do calçadão da Praia da Macumba, que há dias atormenta os moradores locais, poderia ter sido evitado se um projeto tivesse sido adotado há 17 anos.

 

A Coppe já apresentou, no ano 2000, uma proposta de quebra-mar que impediria o deslocamento da areia pela ação dos ventos. Ele foi entregue ao então prefeito Luiz Paulo Conde.

 

Agora, com a possibilidade de um desmoronamento que ameaça até os prédios próximos à orla, a Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente recebeu novas cópias do estudo e analisa o caso.

 

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O vice-prefeito, Fernando Mac Dowell, esteve no local fazendo uma vistoria.

 

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Um dos autores do projeto, o professor Paulo Rosman, do Departamento de Engenharia Costeira da Coppe, observa que, além de ter deixado para trás o alerta feito na época, o município ainda fez intervenções que, somadas a fatores ambientais, agravaram a situação.

 

 

— Durante as obras de urbanização do Eco-Orla, na década passada, removeram parte da areia sem fazer a reposição. E o movimento das marés também carregou mais areia em direção ao canal.

 

Para completar, este ano, as ondas têm sido mais frequentes no sentido Recreio-Canal de Sernambetiba, o que acentua o fenômeno — explica Rosman.

 

O especialista chama atenção que processo semelhante já é observado no Arpoador.

 

— Nesta época do ano, a faixa de areia do Arpoador deveria ser muito maior. Mas não parou de perder areia para o Leblon. Nesse ritmo, a praia pode “sumir” no próximo verão — observa Rosman.

 

De acordo com o engenheiro, a prefeitura precisaria apenas atualizar a série histórica sobre o comportamento das ondas na Praia da Macumba para executar o projeto do quebra-mar.

 

Ele estima que o custo das obras ficaria entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões. Na conta, é considerada a necessidade de reposição de cerca de 600 mil metros cúbicos de areia. 

 

Obras para proteger os imóveis

 

 

A Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente confirmou que o projeto da Coppe — que já foi anunciado três vezes em governos passados, em 2000, 2003 e 2004 — é uma das alternativas em estudo.

 

Até agora, a prefeitura considerava fazer um reforço estrutural no calçamento com o uso de estacas. Mas, com o aumento dos estragos desde a última sexta-feira, o plano é instalar barreiras de concreto na frente e atrás do muro de contenção para evitar o avanço da água e proteger os imóveis. A promessa é começar os trabalhos esta semana.

 

O órgão observou que a intervenção também já era sugerida por estudos da Coppe desde 2005. A sugestão foi feita semanas depois da inauguração do projeto Eco-Orla. O engenheiro Antonio Eulálio, ex-conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, que esteve no local, considera que houve erros na execução do muro de contenção:

 

— A base de sustentação foi apoiada em uma área aterrada durante as obras do Eco-Orla. Essa base deveria ter sido construída a pelo menos um metro de profundidade do nível da areia.

 

A urbanização da praia é alvo de disputa judicial entre o município e oMinistério Público Federal. O MP questionou a obra, feita sem licença ambiental, que teria provocado danos ao ecossistema.

 

Em 2015, a prefeitura foi condenada a recuperar a área, mas recorreu e suspendeu os efeitos da sentença até a conclusão de uma perícia judicial.

 

Fotos: Reprodução

 

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